Às vésperas de eleição decisiva, Romênia vira pior país europeu para LGBTs

Em 2025, a Romênia tornou-se o pior país da União Europeia na garantia de direitos e da segurança da população LGBT. Segundo a edição mais recente do Rainbow Map, publicados na última semana pela ONG ILGA-Europe, o país balcânico assumiu o posto que havia sido ocupado nos últimos seis anos consecutivos pela Polônia.

Elaborado pela ILGA-Europe desde 2009, o ranking avalia as políticas públicas na Europa em relação à diversidade sexual e de gênero utilizando mais de setenta critérios, incluindo o reconhecimento legal ao casamento gay, direito à identidade e nome social, ações de proteção à população LGBT vulnerável e combate à discriminação e discurso de ódio.

Nesta classificação, a Romênia acumulou 18,6 pontos positivos numa escala de zero a cem, caindo à vexatória lanterna dos países da UE, enquanto a Polônia ficou com 20,5 pontos — fora do bloco econômico europeu, a pior nota foi para a Rússia, que pontuou irrisórios 2% em direitos LGBT, atrás do Azerbaijão (2,25%) e da Turquia (4,75%). O topo da tabela (países mais seguros) fica com Malta (88,8%), Bélgica (85,3%), Islândia (84%) e Dinamarca (80,1%).

Eleições na Romênia: vencedor do 1º turno já culpou gays por crise climática

Os dados sobre o retrocesso nos direitos humanos na Romênia surgem dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorrem no próximo domingo, 18. O pleito é considerado um dos mais acirrados da história do país balcânico e será disputado entre o moderado Nicusor Dan, prefeito da capital Bucareste, e o parlamentar de extrema-direita George Simion.

Simion, presidente do partido de direita Aliança para a União dos Romenos, defende um discurso populista radicalmente contrário à imigração, à diversidade sexual e ao apoio militar à Ucrânia, além de se declarar abertamente “fã do presidente Donald Trump e alinhado ao movimento MAGA (Make America Great Again, na sigla em inglês)”. Em 2024, o parlamentar chegou a dizer que a crise climática global seria “punição divina” à existência dos homossexuais. Nicusor Dan, por sua vez, governa Bucareste como independente desde 2020 e adota um tom de alinhamento à União Europeia e crítico à invasão russa da Ucrânia.

No primeiro turno, realizado há duas semanas, Simion superou as projeções e terminou na liderança com 40,5% dos votos contra 20,9% de Dan. As pesquisas mais recentes para o segundo turno, no entanto, apontam para um empate técnico entre os dois candidatos, com alguns levantamentos indicando uma ligeira vantagem do prefeito moderado contra o parlamentar trumpista.

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