Bahia: ação da PM contra suspeitos de tráfico deixa 12 mortos em Salvador

Doze pessoas foram mortas pela Polícia Militar da Bahia no bairro Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, durante confronto com suspeitos de tráfico de drogas na última terça-feira, 4. A Polícia Civil investiga se houve emprego de força excessiva pela PM durante o tiroteio.

A operação resultou na apreensão de submetralhadoras, pistolas, revólveres, carregadores e munições, além de celulares e porções de maconha e cocaína prontas para venda. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado informou que o policiamento na região foi reforçado e que a ação não tem relação com o Carnaval na capital baiana, mas não confirmou a facção criminosa que as vítimas eram suspeitas de integrar.

“A SSP-BA destaca que todas as circunstâncias do confronto já estão sendo investigadas pela Polícia Civil, com a realização de perícias pela Polícia Técnica, em conformidade com os protocolos legais”, diz o comunicado enviado pela secretaria à imprensa. Segundo o órgão, a ação policial foi motivada por denúncia de uma “invasão promovida por um grupo fortemente armado de uma organização criminosa”.

As doze vítimas baleadas durante a troca de tiros foram socorridas e encaminhadas ao Hospital do Subúrbio, no bairro Periperi, mas não resistiram aos ferimentos.

PM da Bahia é a mais letal do país; estado vive crise na segurança

A Polícia Militar baiana, atualmente, é a que mais mata no Brasil. Somente em janeiro de 2025, foram 131 vítimas fatais de operações policiais no estado, o que corresponde a mais de quatro mortes por dia, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em 2024, um em cada quatro óbitos em ações policiais no país ocorreu na Bahia, totalizando 1.557 registros entre janeiro e dezembro.

A Bahia vive um quadro drástico de escalada da violência nos últimos anos. Pelo menos desde 2015, o quarto estado mais populoso do país lidera ininterruptamente o ranking nacional de homicídios dolosos — nos últimos dez anos, 53.466 baianos foram vítimas de assassinato e outros 7.350 morreram durante confronto com as forças policiais.

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