Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Bahia se firma como principal reduto de rejeição ao bolsonarismo no país

Enquanto a popularidade do presidente está em baixa no estado, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) possuem altos índices de aprovação

Por Redação
Atualizado em 9 nov 2020, 17h46 - Publicado em 9 nov 2020, 17h43

As melhoras nos índices de aprovação que o presidente Jair Bolsonaro colheu desde que o governo federal passou a pagar um auxílio emergencial para aqueles que foram afetados pela pandemia de Covid-19 não refletiram em ganhos de imagem na Bahia. As últimas pesquisas de opinião ratificaram que o estado é o principal foco de rejeição ao bolsonarismo no país. Metade dos baianos consideram que o presidente faz uma gestão ruim ou péssima. Na capital Salvador, 62% rechaçam a administração federal.

Dados do IBGE apontam que a Bahia ficou só atrás de São Paulo e foi o segundo estado que mais recebeu o auxílio emergencial durante a pandemia, com 61,2% das pessoas beneficiadas. Uma pesquisa do Instituto DataPoder 360, divulgada em julho, mostrou que o presidente ganhou cinco pontos percentuais na sua aprovação, subindo para 27%. Mas, no estado, 50% dos baianos o rejeitam.

A situação de Bolsonaro é ainda mais grave em Salvador. Nenhuma capital rechaça tanto o governo do presidente quanto a cidade. O índice de 62% está dez pontos percentuais acima dos números registrados em Porto Alegre, a segunda capital que mais rejeita o bolsonarismo, segundo levantamento do Ibope divulgado em outubro.

Melhorar a imagem no Nordeste tem sido uma das prioridades elencadas por Bolsonaro para antes da eleição de 2022. Salvador é a quarta cidade com a maior proporção de eleitores no país, com mais de 1,8 milhão. Já a Bahia, com mais de 10 milhões de eleitores, é o quarto colégio eleitoral entre todos os estados brasileiros. Em 2018, o petista Fernando Haddad conquistou 72% dos votos na disputa de segundo turno contra o atual presidente. Bolsonaro ganhou em apenas quatro das 417 cidades baianas. Em Salvador, o presidente perdeu em todas as zonas eleitorais.

Os resultados das pesquisas apontam para tendências históricas que remetem a dois movimentos políticos de destaque no estado. Um deles é o petismo, hoje representado por dois personagens de atuação mais independente com relação ao diretório nacional do partido. Tanto o governador Rui Costa quanto o senador Jaques Wagner possuem capital político suficiente para tomarem escolhas próprias no estado, como no caso em que escolheram a major Denice Santiago para disputar a prefeitura de Salvador. Além disso, conseguem utilizar o respaldo que possuem junto à população local para antagonizarem em nível nacional com Bolsonaro. Costa bateu de frente com o bolsonarismo em diversas ocasiões, como se viu ao longo de toda a pandemia de Covid-19.

Continua após a publicidade

A outra força política no estado é o carlismo, encarnado hoje pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). A força política do neto de Antônio Carlos Magalhães, ex-governador da Bahia por três mandatos, aponta para a eleição no primeiro turno do vice de sua gestão, Bruno Reis (DEM). Durante a pandemia, ACM Neto também se tornou um adversário político de Bolsonaro por entender que o presidente estava atrapalhando na aplicação das medidas de combate ao novo coronavírus. A unificação do discurso de ACM e Costa mobilizou o eleitorado que aprova ambas as figuras políticas a ficar em lado contrário ao do presidente. Só em Salvador, Costa tem 63% de aprovação, enquanto ACM tem 73%, segundo o Ibope.

Em 2022, Costa e ACM estarão em lados opostos na disputa pela presidência, mas ambos caminharão contra o bolsonarismo. O governador já colocou seu nome à disposição para ser pré-candidato e tende a continuar junto do PT na corrida eleitoral. Já ACM é presidente do DEM, um partido de centro-direita que tem atuado em conjunto com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos postulantes ao Palácio do Planalto. Nesta semana, personalidades do DEM também acenaram favoravelmente à candidatura do apresentador Luciano Huck (sem partido). Em entrevistas, Costa e ACM já manifestaram a intenção de formar uma frente democrática e suprapartidária para derrotar o bolsonarismo, mas nenhuma ação concreta foi tomada até agora nesse sentido. Se houver um entendimento, ele só deverá se manifestar num eventual segundo turno.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.