Brasil melhora IDH em 2022, mas cai duas posições no ranking mundial
País reverte queda no Índice de Desenvolvimento Humano durante a pandemia de Covid-19
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil aumentou, passando de 0,754 para 0,760 em 2022, segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta quarta-feira, 13.
O IDH é composto pela média de expectativa de vida ao nascer, taxas de escolaridade e renda de cada país. A pontuação varia de 0 a 1 — quanto mais próxima estiver de 1, melhor.
O IDH do Brasil voltou a patamares próximos aos de antes da pandemia de Covid-19. O índice era de 0,766 em 2019, caiu por dois anos consecutivos durante a crise sanitária, sob o comando de Jair Bolsonaro (0,758 em 2020 e 0,754 em 2021) e voltou a subir em 2022.
Mesmo depois da melhora, o país caiu duas posições no ranking mundial e chegou ao 89º lugar em 2022, atrás dos vizinhos Chile (44º lugar), Argentina (48º) e Uruguai (52º). Os primeiros países da lista são Suíça, Noruega e Islândia.
- Recuperação
O relatório da ONU mostra que entre os 35 países menos desenvolvidos que experimentaram queda em seu IDH durante a pandemia, mais da metade ainda não retornou aos níveis que tinha em 2019. A organização também atribui a dificuldade de avanço à polarização política e à falta de apoio à democracia ao redor do mundo.
“Em um mundo marcado por crescente polarização e divisão, deixar de investir uns nos outros representa séria ameaça a nosso bem-estar e segurança. Abordagens protecionistas não conseguem lidar com os desafios complexos e interconectados que enfrentamos, incluindo a prevenção de pandemias, as mudanças climáticas e a regulamentação digital”, afirma Achim Steiner, chefe mundial do Pnud.
A perspectiva da ONU é de que o IDH atinja níveis recordes em 2023, após fortes declínios em 2020 e 2021. No entanto, esse avanço é profundamente desigual. Enquanto países ricos têm níveis recordes de desenvolvimento humano, metade dos países mais pobres do mundo retrocedeu. “O fracasso da ação coletiva para fazer avançar a luta contra as mudanças climáticas, a digitalização ou a pobreza e desigualdade não apenas prejudica o desenvolvimento humano, mas também agrava a polarização e corrói ainda mais a confiança nas pessoas e nas instituições em todo o mundo”, diz Steiner.