Brasileiros confiam mais no juiz de futebol do que em partidos, diz Quaest
Igrejas e militares são instituições mais confiáveis na opinião popular, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira

Na visão dos brasileiros, os partidos políticos são as instituições menos confiáveis do país, com credibilidade menor do que a de juízes de futebol. É o que indica uma pesquisa de opinião publicada nesta segunda-feira, 8, pelo instituto Quaest.
Segundo o levantamento, os partidos são considerados confiáveis por 36% da população e não confiáveis por 63%, ao passo que 43% dos entrevistados confiam e 52% desconfiam dos árbitros de futebol. A crise de credibilidade nas legendas políticas também é mais drástica do que a avaliação sobre as redes sociais, bem-avaliadas por 41% dos brasileiros e rechaçadas por outros 57%.
Por outro lado, as instituições religiosas e militares desfrutam da maior credibilidade junto à população. O topo do ranking fica com a Igreja Católica, considerada confiável por 73% dos entrevistados, seguida pela Polícia Militar (71%), pelas Forças Armadas (70%) e pelas igrejas evangélicas (65%). Prefeitos e bancos têm a confiança de 63% dos brasileiros, ao passo que 54% confiam na Presidência da República e 50% no Supremo Tribunal Federal.

Cresce a desconfiança de bolsonaristas nas Forças Armadas e no STF
Pilar do governo de Jair Bolsonaro, as Forças Armadas perderam credibilidade junto ao eleitorado do ex-presidente nos últimos anos. Entre os brasileiros que declararam voto no capitão nas últimas eleições, a confiança nos militares caiu de 91% para 72% desde novembro de 2022, ao passo que a desconfiança escalou de 7% para 27% no mesmo período de três anos. Já a percepção positiva ficou praticamente estável entre os eleitores de Lula, chegando a 70% em agosto de 2025.

Ainda em relação a novembro de 2022, a imagem do STF se deteriorou consideravelmente entre os apoiadores de Jair Bolsonaro. Considerando a parcela que votou no ex-presidente há três anos, a desconfiança no órgão máximo da Justiça avançou de 64% para 76% — no mesmo intervalo, a confiança no Supremo escorregou de 34% para 22% neste segmento. Também neste caso, a percepção pouco variou entre eleitores de Lula, chegando a 23% de avaliação negativa neste grupo em 2025.

O instituto Quaest entrevistou 12.150 eleitores em todo o Brasil entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 2 pontos percentuais (pp), para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.