Polêmico advogado de réus da Lava-Jato do Rio, Nythalmar Dias Ferreira Filho foi excluído pelo juiz Marcelo Bretas de um dos processos em que era defensor. Isso porque o advogado “desapareceu” e não respondeu aos despachos do juiz.
A exclusão ocorreu depois que Nythalmar foi alvo de busca e apreensão em outubro do ano passado, sob a acusação de “vender facilidades” a clientes, alegando ter uma suposta proximidade com o magistrado responsável por julgar os casos da Lava-Jato no Rio. O juiz não foi alvo da operação. A investigação, que apura tráfico de influência e exploração de prestígio junto a agentes públicos, estava na primeira instância da Justiça Federal do Rio, mas foi deslocada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por determinação do presidente da Corte, ministro Humberto Martins, no fim de dezembro de 2020.
Nythalmar havia pedido que o STJ fosse declarado o foro competente para o caso, já que a investigação inclui autoridades da Procuradoria Regional da República no Rio de Janeiro, que têm foro privilegiado.
A operação contra Nythalmar ocorreu no dia 23 de outubro do ano passado. Dias depois, em 29 de outubro, Bretas intimou o advogado a informar, no prazo de cinco dias, se representaria dois acusados em um dos processos da Lava-Jato do Rio. Em caso positivo, deveria apresentar uma procuração nesse mesmo prazo. Como não houve resposta, no dia 27 de novembro, Bretas excluiu Nythalmar como defensor dos réus.
Entre os clientes de Nythalmar ao longo da Lava-Jato no Rio estavam o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e os empresários Fernando Cavendish e Arthur Soares, o Rei Arthur.