Caso Gritzbach: operação mira suspeito de mandar matar delator do PCC
Polícia cumpre 21 mandados em endereços ligados a Emilio Castilho, apontado como autor intelectual do assassinato no Aeroporto de Guarulhos, em novembro

A Polícia Civil de São Paulo realiza, nesta quinta-feira 13, uma megaoperação para prender o homem que, segundo as investigações, ordenou o assassinato do delator do PCC Vinicius Gritzbach, em novembro do ano passado. O alvo é Emilio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como João Cigarreiro, apontado como traficante ligado à facção.
Além da ordem de prisão do mandante, a operação cumpre 21 mandados de busca e apreensão em vinte endereços ligados a Castilho. Conforme apurou VEJA, foram interrogados o filho do suspeito, seu irmão e sua ex-mulher. Ao todo, a ação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) emprega 116 policiais em 41 viaturas nesta manhã.
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro de 2024, à luz do dia, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Preso em 2022 por lavagem de dinheiro para o PCC, o empresário fechou um acordo de delação premiada e tornou-se informante do Ministério Público em investigações contra a facção criminosa. Em sua delação, o empresário estava fornecendo informações sobre o esquema de lavagem de dinheiro do PCC e também denunciando casos de corrupção policial.
Desde novembro, a força-tarefa que investiga a morte de Gritzbach prendeu 26 pessoas por suspeita de envolvimento no crime, sendo 17 policiais militares e cinco policiais civis. Entre os detidos estão os atiradores, o motorista de fuga e agentes apontados como associados ao PCC que praticavam extorsão contra o delator e comerciantes em áreas controladas pela milícia.
Na última terça-feira 14, a Polícia Federal indiciou 14 pessoas por participação no assassinato, incluindo o delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Monteiro, lotados no DHPP.
Polícia oferece recompensa por “olheiro” do crime
O primeiro identificado pela força-tarefa policial foi Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, apontado como o “olheiro” responsável por vigiar Gritzbach no aeroporto e indicar sua posição aos atiradores. Ele está foragido, e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista oferece recompensas de 50.000 reais por informações que levem à sua prisão.
Além dos 22 policiais civis e militares presos, os quatro civis detidos são pessoas suspeitas de terem relação com Coelho. Em janeiro, a namorada do olheiro foi presa sob acusação de ajudar o parceiro no tráfico de drogas.
A força-tarefa de investigação da SSP é composta pelas Polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público, além de ter apoio da Polícia Federal.