Caso Vitória: ex-namorado suspeito de mentir em depoimento se entrega
Gustavo Vinicius teve o pedido de prisão negado pela Justiça, mas se apresentou às autoridades para esclarecer 'inconsistências' em sua versão anterior

O ex-namorado da adolescente Vitória Regina Sousa, Gustavo Vinícius, se apresentou à Polícia Civil na tarde desta quinta-feira 6 para depor no âmbito das investigações sobre o sequestro e assassinato da jovem de 17 anos em Cajamar (SP). Anteriormente, a polícia havia pedido uma ordem de prisão contra o rapaz, mas a solicitação foi negada pela Justiça.
Segundo o delegado seccional Aldo Galiano, responsável pelo inquérito, Gustavo foi chamado para esclarecer divergências em seu depoimento e compareceu voluntariamente — ainda não está claro qual teria sido a participação do suspeito no crime. “Há uma grande inconsistência na sua oitiva, que foi confrontada com alguns fatos da investigação”, declarou o delegado. Os investigadores trabalham com a hipótese de vingança por motivo pessoal.
O corpo de Vitória Regina foi encontrado na última quarta-feira 5 em uma área de matagal em Cajamar, uma semana após seu desaparecimento na mesma região. Segundo as autoridades, ela tinha sinais de tortura, incluindo os cabelos raspados e as mãos amarradas, e foi identificada pelos familiares a partir de tatuagens e piercings.
A adolescente desapareceu na quarta-feira da semana passada, dia 26, após deixar o shopping onde trabalhava. Por volta das 23h, ela foi seguida por quatro homens em um veículo até um ponto de ônibus — dois deles a teriam assediado, e um suspeito subiu no transporte junto com ela.
Em mensagens trocadas com o namorado e uma amiga, Vitória relatou se sentir ameaçada e com medo. Imagens de câmeras de segurança registraram a rua onde a jovem desceu do ônibus, mas não conseguiram identificar a direção que ela tomou em seguida. O ex-companheiro é o quarto suspeito detido durante as investigações, que mobilizaram mais de 100 agentes da Guarda Municipal de Cajamar e das polícias Civil e Militar e apreenderam também dois veículos, incluindo um Toyota Corolla de cor prata que pode ter sido utilizado no crime.
Errata
A primeira versão deste texto, publicada às 15h14, dizia que Gustavo Vinícius era alvo de uma ordem de prisão temporária e estava foragido da Justiça. A informação passada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, porém, foi corrigida pelo delegado Aldo Galiano, durante coletiva no fim da tarde desta quinta-feira 6, que informou que a Justiça havia negado o pedido de prisão.