Caso Vitória: polícia e advogados negam que suspeito confessou assassinato
Maicol Antonio Sales é o único investigado preso até o momento; perícia analisa sangue encontrado em seu carro

A Polícia Civil de São Paulo afirmou nesta terça-feira, 18, que não houve confissão de Maicol Antonio Sales dos Santos sobre ter assassinado a adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos, em Cajamar. Principal suspeito, ele foi ouvido na noite de ontem, e as investigações estão elaborando uma recomposição do crime com as informações apuradas até o momento.
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Maicol também afirmam que o suspeito não confessou. “Os advogados de Maicol Antonio Sales dos Santos informam que, até o presente momento, não houve confissão de autoria ou participação por parte do cliente em relação ao caso Vitória Regina de Souza, sendo inverídicas quaisquer informações que estejam sendo veiculadas a esse respeito”, diz o comunicado.
Maicol está detido desde 9 de março e é o único suspeito preso desde o início das investigações. As evidências contra ele incluem vestígios de sangue encontrados em seu Toyota Corolla prata, que foi visto na noite do crime perto da estrada de terra onde a adolescente desapareceu; uma pá e uma enxada recolhidos perto do corpo, que pertencem a seu padrasto; e um álibi que foi desmentido pela esposa de Maicol sobre sua localização na data do sequestro.
A perícia realizada no celular de Maicol Antonio Sales também revelou que ele mantinha dezenas de fotos de Vitória no aparelho, além de imagens de facas e de um revólver. A polícia investiga se o homem desenvolveu uma obsessão pela adolescente e tornou-se um “stalker” (perseguidor) da vítima, o que teria motivado o assassinato. Os peritos ainda analisam se as manchas de sangue são compatíveis com o DNA da jovem.
Corpo de Vitória tinha sinais de tortura, diz polícia
Vitória Regina foi encontrada morta no último dia 5 de março, uma semana após ter desaparecido enquanto voltava do shopping onde trabalhava até as 23h em Polvilho, distrito de Cajamar. O trajeto de volta incluía dois ônibus e uma estrada de terra entre a parada final — seu pai costumava buscá-la diariamente de carro para fazer este último percurso, mas o veículo da família estava com defeitos na noite do sequestro, em 27 de fevereiro.
O corpo de Vitória estava em uma região de matagal em Cajamar, perto do local onde a jovem fora vista pela última vez, e tinha sinais severos de agressão e tortura — segundo a polícia, ela estava nua, com os cabelos raspados, ferimentos profundos na aorta e no crânio e um sutiã amarrado em volta do pescoço.
Além de Maicol, outros dois nomes são considerados suspeitos nas investigações, mas não foram detidos. Um deles é Gustavo Vinicius Moraes, de 26 anos, conhecido de Vitória com quem ela teria se relacionado. O outro é Daniel Lucas Pereira, amigo de Gustavo, que teria gravado vídeos da adolescente no percurso entre trabalho e casa dias antes de seu desaparecimento.