Casos de Covid-19 em presídios crescem dez vezes em janeiro
CNJ foi notificado de 4.500 novas infecções no mês passado, contra 431 em dezembro. Ômicron e aumento da testagem são hipóteses para a alta
O número de novos casos de Covid-19 informados ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pelas unidades prisionais aumentou mais de dez vezes em janeiro na comparação com dezembro. No mês passado, o CNJ foi notificado de cerca de 4.500 novas infecções — 43% desse total são de pessoas presas e 57%, de equipes que trabalham nas prisões. Em dezembro tinham sido 431 casos. Desde agosto de 2021, segundo o órgão, os registros vinham se mantendo abaixo de mil por mês.
As hipóteses para o aumento são a circulação da variante ômicron, que se alastra com mais facilidade, a possibilidade de represamento de dados no final de 2021 que acabaram sendo repassados só em janeiro e o aumento da detecção em razão do aumento do número de testes realizados. Em janeiro, foram feitos 3.900 testes a mais do que em dezembro. Houve 19 mortes registradas por Covid-19 no sistema prisional em janeiro, somando 653 desde o início da pandemia (314 de pessoas presas e 339 de servidores). Especialistas apontam que, assim como no restante da população, pode haver subnotificação. Segundo o último levantamento do Depen (Departamento Penitenciária Nacional), a população prisional era de 820.689 pessoas em junho de 2021.
No sistema socioeducativo, que recebe adolescentes que praticaram atos infracionais, os casos também subiram: de 128 em dezembro para pelo menos 256 em janeiro. Foram registradas duas mortes de jovens por Covid-19 no mês passado, totalizando 117 desde o início da crise sanitária.