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Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Com facções na mira, plano ‘antimáfia’ anda a passos lentos na gestão Lula

Proposta debatida há meses tenta focar no 'follow the money' das organizações criminosas e aguarda aval de Lewandowski

Por Heitor Mazzoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 ago 2025, 12h26

Integrantes do Ministério da Justiça trabalham há meses em um projeto chamado popularmente de “lei antimáfia” para ampliar o cerco contra organizações criminosas, como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e milícias. A meta é tentar modificar, por meio de projeto enviado ao Congresso Nacional, a lei de organizações criminosas e ampliar o chamado follow the money (seguir o dinheiro, em tradução literal) para conter a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico. A proposta está com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, desde o primeiro semestre deste ano e será encaminhada para análise e votação dos deputados federais ainda em data incerta.

Fontes de VEJA afirmam que a meta do projeto é aumentar os instrumentos de sequestro, de confisco, de indisponibilidade dos bens envolvendo grupos criminosos. Hoje, a avaliação interna é a de que o Brasil criou uma cultura de investigar autoria e materialidade do crime, ou seja, o que aconteceu e quem cometeu o ato ilícito, mas deixou de lado a apuração patrimonial. Desse modo, a proposta a ser encaminhada ao Congresso focará em saber o caminho do dinheiro de origem ilícita e para onde foi e com quem estão os investimentos clandestinos. 

A ampliação da forma investigativa tentaria chegar até paraísos fiscais, saber se foi introduzido na economia, por exemplo, e fazer a ligação com o crime. São organizações criminosas, já chamadas de máfia, por promotores, juízes e demais operadores do direito,  aqueles grupos que atuam nos tráficos de drogas e armas, silenciam regiões (omertà), a intimidam, controlam territorialmente, atuam para mandar em atividades econômicas e eleitorais. 

Para o Ministério da Justiça, o Brasil tem hoje 88 organizações criminosas. Elas estão divididas em “local”, “regional” e “nacional”. Apenas duas facções — PCC e CV — estão na classificação de “transnacionais” e, por isso, já são chamadas de organizações mafiosas por estudiosos.

Mortos pela máfia: os magistrados Falcone e Borsellino estremeceram a Cosa Nostra
Mortos pela máfia: os magistrados Falcone e Borsellino estremeceram a Cosa Nostra (Enzo Brai / Mondadori/Getty Images)
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Origens da proposta brasileira 

O “seguir o dinheiro” para saber o modelo utilizado por grupos criminosos na tentativa de lavagem e aplicação de moeda suja em empresas lícitas surgiu com o juiz italiano Giovanni Falcone, no final dos anos 1980 e começo dos anos 1990. Ele foi o primeiro a conseguir abalar as estruturas da máfia siciliana Cosa Nostra e levar para o banco dos réus, por meio de colaboradores arrependidos, o principal nome do grupo naquele momento: Salvatore ‘Totò’ Riina.

Diante da pouca seriedade das autoridades italianas, à época, Falcone contou como pouco apoio. Anotações e livros italianos mostram o envolvimento de graúdos políticos com a máfia, como o ex-senador e ex-deputado do Parlamento Europeu Marcello Dell’Utri, condenado a sete anos de prisão pela Corte de Cassação da Itália (Supremo italiano) por envolvimento com a Cosa Nostra. Dell’Ultri era ligado ao ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, morto em 2023.

Salvatore Toto Riina
Chefão atrás das grades: Totò Riina foi preso em 1993 e morreu no cárcere em 2017 (Pier Silvio Ongaro/Sygma/Getty Images)

Falcone e outro magistrado antimáfia — Paolo Borsellino — foram assassinados pela máfia siciliana em 1992 — o primeiro, em maio, o segundo, em julho.  Questionado uma vez sobre temer a máfia, Borsellino respondeu com uma frase que entrou para a história. “Quem tem medo morre todo dia. Quem não tem, uma vez só”.

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