Com ‘parabéns’ a Fux, bolsonaristas convocam ato pró-anistia em Brasília

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciaram mais uma manifestação pró-anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Desta vez, o ato será realizado em Brasília, no dia 7 de maio, com concentração na Torre de TV de Brasília a partir das 16h. Os organizadores planejam caminhar até o Congresso Nacional.

Além da anistia, a manifestação anuncia um “agradecimento” ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. O magistrado foi o único dentre os titulares da Primeira Turma da Corte que defendeu condenação mais branda a Débora Rodrigues dos Santos, mulher que ficou conhecida por pichar com batom a estátua em frente ao próprio Supremo. Ele defendeu uma pena de um ano e seis meses de detenção, mas a decisão final ficou em 14 anos de prisão, devido aos votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia.

Internado há duas semanas, Bolsonaro gravou um vídeo do hospital para convocar apoiadores. “Manifestação pacífica em Brasília pró-anistia. Compareça”, declarou.

O vídeo de convocação abre com uma série de pastores evangélicos, entre eles o aliado de primeira hora do ex-presidente Silas Malafaia (Associação de Deus Vitória em Cristo), Cláudio Duarte (Projeto Recomeçar), Robson Rodovalho (Sara Nossa Terra), Apóstolo Renê (Terra Nova) e Apóstolo César Augusto (Igreja Apostólica Fonte da Vida).

“Em favor da anistia e para dar parabéns a Fux, que desmascarou a perversa condenação da Débora do batom”, afirmou Malafaia.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que foi uma das figuras mais vocais no último ato bolsonarista, na Avenida Paulista, no início de abril, também conclamou os apoiadores. “Leve o seu celular. Iremos registrar tudo neste ato em prol da liberdade da Débora e de todos os presos injustiçados”, disse.

Projeto

Embora já tenha o mínimo de assinaturas necessárias para o regime de urgência, o projeto que trata da anistia tem enfrentado resistências na Câmara. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não pautaria o pedido de urgência nesta semana — a urgência, na prática, faria a proposta tramitar mais rapidamente.

Motta afirmou que a decisão foi tomada juntos aos líderes de cada bancada e garantiu que seriam mantidas conversas sobre o tema, inclusive no sentido de se chegar a um consenso sobre penas mais brandas. “Ninguém aqui está concordando com penas exageradas que algumas pessoas receberam”, declarou.

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