Comandante de batalhão da PM nega alusão a nazismo e Ku Klux Klan em vídeo
Conteúdo com policiais militares erguendo os braços em ritual com cruz em chamas em unidade do interior de SP viralizou nas redes sociais

O comandante do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto, em São Paulo, negou que o vídeo em que agentes da unidade aparecem com o braço erguido na altura do ombro e próximos a uma cruz em chamas tenha relação com simbologias neonazistas ou ligadas ao grupo supremacista americano Ku Klux Klan — leia matéria aqui. O pronunciamento do tenente-coronel Costa Junior foi publicado no Instagram do Baep na tarde da quarta-feira, 16.
“Devemos esclarecer que, em nenhum momento, tivemos a intenção de trazer ali uma cerimônia com cunho religioso, político, racial. Isso não faz parte da nossa rotina. Nós não fazemos rituais, nós cumprimos cerimônias. E esse foi o único propósito daquilo. Optamos em retirar [o vídeo das redes sociais] devido toda a repercussão, mas é importante trazer esse esclarecimento”, disse o tenente-coronel.
De acordo com o oficial, o vídeo registra a cerimônia de entrega de braçais a policiais recém-ingressados no 9º batalhão do Baep. Ele ainda elencou a simbologia de cada elemento, diferenciando de alusões ao neonazismo (saudação com braço erguido) e à Ku Klux Klan (cruz em chamas).
“Existem alguns elementos naquela cerimônia, como a estrutura em formato de cruz envolta em chamas, aquela estrutura simboliza a vitória sobre os sacrifícios e o peso que doravante policial adquire para honrar esse Baep que conquistou. Temos ali também o caminho iluminado, que simboliza toda a trajetória difícil percorrida pelos policiais até chegarem à etapa do juramento, em que reafirmam perante toda a sociedade, até no sacrifício da própria vida, defendê-la a qualquer custo”, disse o comandante.
Os esclarecimentos foram publicados nas redes sociais da unidade de segurança paulista após a repercussão negativa do primeiro vídeo, que chegou a ter as circunstâncias e os envolvidos investigados. A Polícia Militar de São Paulo paulista afirmou em nota, quando da divulgação do primeiro vídeo, que “repudia toda e qualquer manifestação de intolerância”.
Leia abaixo a íntegra da nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo
A Polícia Militar é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. Assim que tomou conhecimento das imagens, a Corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso. A Corporação não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada e os envolvidos responsabilizados.