‘Como Cristina’: da Argentina aos EUA, mídia repercute cerco a Bolsonaro

Jornais de diversos países repercutiram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de impor medidas cautelares — que substituem a prisão — ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que não poderá usar redes sociais, deverá utilizar tornozeleira eletrônica e não poderá conversar com o filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Na Argentina, o jornal Clárin destacou que Bolsonaro terá de usar tornozeleira igual a ex-presidente daquele país Cristina Kirchner, que cumpre seis anos de prisão –em regime domiciliar por ter mais de 70 anos — por fraudar contratos de obras durante o mandato presidencial.

Ainda na Argentina, o La Nacion citou que a operação contra o ex-presidente ocorreu depois da disputa tarifária entre os EUA, por meio do anúncio de imposição em 50% em taxas aos produtos brasileiros que são exportados para o país americano. O periódico também cita que Bolsonaro será monitorado 24 horas.

Nos EUA, o principal jornal do país, The New York Times citou em publicação que a defesa do presidente Jair Bolsonaro declarou estar surpresa com a decisão de Moraes. O jornal publicou ainda que os advogados do ex-presidente classificaram como severas as medidas cautelares impostas nesta sexta-feira, 18.

No México, o jornal El Universal registrou em sua publicação o que motivou a determinação de Moraes contra Bolsonaro. De acordo com a decisão do ministro, já referendada por outros dois magistrados (Flávio Dino e Cristiano Zanin), o ex-presidente deve ser colocado em regime cautelar diante de uma suposta trama para atrapalhar os andamentos da ação penal em que é réu no Supremo por tentativa de golpe. Bolsonaro sempre negou qualquer movimento golpista e diz que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não tem provas contra ele e seu grupo.

Nos veículos europeus, há também destaque para a situação do ex-presidente brasileiro. No Le Monde, da França, o jornal publica que Bolsonaro foi surpreendido com a operação desta sexta e que ele é um dos acusados de tentar derrubar o governo de esquerda de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, logo depois das eleições presidenciais. A publicação cita também que a medida de Moraes ocorreu para evitar uma possível fuga do ex-presidente, apesar de ele ter declarado recentemente nunca ter cogitado sair do país.

O Guardian, da Inglaterra, afirmou aos leitores que o principal motivo para Bolsonaro ter que cumprir as medidas cautelares é o receio de fuga diante da proximidade do julgamento da ação penal sobre tentativa de golpe, que deve ocorrer nas próximas semanas.

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