Uma comissão do Congresso dos Estados Unidos publicou na noite de quarta-feira, 17, um relatório em que acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de censura em ações tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o X (ex-Twitter). O documento traz mais de noventa ordens judiciais sigilosas enviadas à rede social para derrubar perfis na plataforma.
O documento de 540 páginas é intitulado “O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil” e assinado pelo deputado republicano Jim Jordan, notório aliado do ex-presidente americano Donald Trump, que comanda a comissão de Assuntos Jurídicos da Câmara dos EUA.
No relatório, os deputados chamam Moraes de “ditador”, mencionam a investigação determinada pelo ministro contra Elon Musk, dono do X, e elogiam a postura do bilionário por “se recusar a acatar os pedidos de censura do STF, notavelmente vindos de Moraes”. O dossiê contém decisões do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinam a suspensão de quase 150 contas na rede social desde 2022, “especificamente direcionados a críticos do governo brasileiro, como parlamentares conservadores, jornalistas e integrantes do Judiciário”.
Musk e Moraes são protagonistas de uma crise que estourou na última semana, quando o bilionário começou a disparar contra o Supremo com acusações de censura e de conspiração para a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dono do X foi incluído no chamado inquérito das milícias digitais, relatado por Moraes, após anunciar que iria reativar perfis de usuários bloqueados no Brasil por ordem judicial.