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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Cotado para ministro de Bolsonaro, Moro tem depoimento marcado com Lula

Juiz da Lava Jato tem data marcada para ouvir ex-presidente sobre a acusação da posse oculta e reforma de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo

Por Da Redação
31 out 2018, 13h56

Cotado para ser ministro da Justiça em um governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, vê se aproximar a data de um depoimento agendado há três meses com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para acontecer no próximo dia 14, depois de ter sido adiado em virtude das eleições de 2018.

Moro e Lula ficarão frente a frente para que o ex-presidente seja ouvido em um processo que apura a suspeita de posse oculta por parte de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. Nos dois depoimentos anteriores do ex-presidente a Moro, ele já vocalizou acreditar que o magistrado da Lava Jato seria um juiz influenciado por uma indisposição prévia contra ele, posição diversas meses manifestada pela defesa nos autos do processo. A tendência agora, portanto, é que isso aumente, diante do flerte do juiz com a possibilidade de ocupar uma vaga no governo Bolsonaro.

Se eventualmente aceitar ser ministro da Justiça, Sergio Moro precisará obrigatoriamente se exonerar da função de juiz federal, o que o obrigará a deixar os processos atualmente sob a sua responsabilidade. Em nota oficial divulgada na terça-feira 30, o juiz afirmou que, se confirmando o convite de Bolsonaro para que assumir a posição, a possibilidade passará por uma “reflexão e discussão”.

Outra possibilidade para a qual Moro é cotado é uma indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa, presidente eleito só deve ter disponível em 2020, ano da aposentadoria compulsória do ministro Celso de Mello. Neste caso, o juiz não poderia julgar nenhum processo da Lava Jato na Corte, por já ter participado destas ações como juiz de primeira instância.

Entenda o caso do sítio

Batizado de “Santa Bárbara”, o sítio em Atibaia (SP) é um imóvel que legalmente pertence ao empresário Fernando Bittar e que passou por reformas, executadas por três empresas envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras: OAS, Odebrecht e Schahin.

A acusação do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Lula no caso é de que ele seria o real dono do sítio e que as benfeitorias, a um custo estimado de 1 milhão de reais, teriam sido feitas sem custo, em troca da conivência do petista para manter em funcionamento o esquema que beneficiava as empresas. O ex-presidente nega.

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