‘Covardia inaceitável’: Bolsonaro defende ex-assessor e volta a atacar STF
Ex-presidente presta solidariedade a Filipe Martins e aos outros envolvidos na tentativa de golpe que estão sendo julgados hoje pelo Supremo

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou solidariedade ao ex-assessor Filipe Martins, e afirmou que o cerco do Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele por tentativa de golpe de Estado será lembrado como um dos “maiores escândalos da história do Judiciário brasileiro”.
A Primeira Turma da Corte começou a julgar, nesta terça-feira, 22, Martins, ex-auxiliar para Assuntos Internacionais da Presidência, e mais cinco ex-integrantes do governo Bolsonaro que, segundo a Procuradoria-Geral da República, se envolveram no plano de golpe.
“O caso Filipe Martins um dia será lembrado como um dos maiores escândalos da história do Judiciário brasileiro. Um verdadeiro laboratório de abusos, restrições autoritárias, distorções processuais e ilegalidades em série, criado com um único propósito: construir uma narrativa e, com ela, um atalho para tentar atingir quem de fato se queria prender”, publicou o ex-presidente na manhã desta terça, 22.
Bolsonaro está internado em Brasilia após passar por cirurgia na região do abdômen e, como de costume, tem as publicações em suas redes feitas pelo filho Carlos Bolsonaro, com seu aval.
O ex-presidente voltou a afirmar que Martins foi preso injustamente e negou a existência de uma minuta de golpe, apontada pelas investigações.
“E agora ainda querem colocar ele no banco dos réus por causa de uma ‘minuta’ que não existe e que ele evidentemente não escreveu”, publicou.
“Filipe Martins tem a minha total solidariedade. O que fazem com ele é uma covardia inaceitável e um alerta sobre os rumos que o Brasil está tomando”, prosseguiu Bolsonaro, afirmando ainda que estende essa mesma solidariedade aos outros envolvidos no Núcleo 2 do julgamento no Supremo.
Além de Martins, a Corte analisa, nesta fase, a acusação da PGR contra Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal, Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, Fernando Oliveira, delegado da Polícia Federal, Marília Alencar, ex-diretora do Ministério da Justiça, e Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência.
Na denúncia da PGR, esse grupo foi definido por Paulo Gonet como o “Núcleo 2” da trama golpista, responsável por gerenciar as ações que concretizariam o plano idealizado pelo chamado “Núcleo crucial”, liderado por Bolsonaro.
– O caso Filipe Martins um dia será lembrado como um dos maiores escândalos da história do Judiciário brasileiro. Um verdadeiro laboratório de abusos, restrições autoritárias, distorções processuais e ilegalidades em série, criado com um único propósito: construir uma narrativa…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 22, 2025