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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

CPI da Chapecoense convoca Caixa e Petrobrás para audiência no Senado

Empresas mantêm contrato com seguradora responsável pelo voo que caiu em 2016; presidente e ex-presidente do clube também foram chamados

Por Diogo Magri Atualizado em 14 fev 2022, 17h16 - Publicado em 13 fev 2022, 20h31

Os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, foram convocados pelo Senado para depor na CPI da Chapecoense, comissão que busca responsabilizar os culpados pelo acidente ocorrido em novembro de 2016. As duas empresas mantêm contratos com a Tokio Marine Kiln, empresa britânica que atuou como resseguradora no voo que levava a equipe brasileira à Colômbia e caiu nos arredores de Medellín, causando 71 mortes.

“Os presidentes da Caixa e da Petrobrás terão que dizer o que pensam como clientes. Quais são os critérios para que uma empresa se credencie a ser seguradora da Caixa Econômica Federal? Um deles deve ser a reputação ilibada. Uma empresa que carrega esse fardo nas costas tem reputação ilibada? É isso que eu quero perguntar aos presidentes. Acho que vai ser muito útil”, defendeu o senador Espiridião Amin (PP-SC). A convocação foi aprovada por unanimidade na sessão presidida por Jorginho Mello (PL-SC), que também contou com a presença do relator Izalci Lucas (PSDB-DF).

Na mesma sessão, foram definidas também as convocações do atual presidente da Chapecoense, Nei Maidana, e do ex-presidente do clube, Plínio David de Nes Filho. Desde que Maidana assumiu a gestão, em dezembro último, o clube catarinense deixou de pagar as indenizações às famílias das vítimas com as quais firmou acordos trabalhistas na Justiça. A Chape entrou com um pedido de recuperação judicial junto à 1ª Vara Cível da Comarca de Chapecó, tem uma dívida de mais de 120 milhões de reais e deve se transformar em sociedade anônima. Por isso, os parlamentares buscam esclarecer o não pagamento dos valores devidos e entender se a mudança na gestão do clube irá prejudicar os acordos com as famílias.

Segundo determinado pelo senador Jorginho Mello, o representante da Caixa, o atual presidente da Chapecoense e o ex-presidente serão ouvidos na próxima quinta-feira, 17 de fevereiro. Já o representante da Petrobrás terá seu depoimento na quinta seguinte, dia 24, junto com José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Brasil Seguradora, que pertence ao mesmo grupo da Tokio Marine Kiln.

A CPI da Chapecoense foi instaurada em dezembro de 2019 mas, interrompida pela pandemia, só retornou aos trabalhos em novembro de 2021. Desde então, ouviu representantes do clube, das famílias e controladores de voo com o intuito de esclarecer motivos e responsáveis pela tragédia. O acidente aconteceu na madrugada do dia 29 de novembro de 2019, quando o avião que levava jogadores, dirigentes, convidados e jornalistas de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para Medellín, na Colômbia, caiu a 30 quilômetros do destino final por falta de combustível. Investigações posteriores apontaram que os seguros feitos pela boliviana Bisa e pela britânica Tokio Marine, entre outras resseguradoras, não permitia que a aeronave da empresa boliviana LaMia sobrevoasse o território colombiano. Em processo paralelo movido por 42 famílias brasileiras nos Estados Unidos, a seguradora da Inglaterra foi condenada em primeira instância a pagar 4,77 bilhões de reais de indenização.

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