Cristina Graeml falta a sabatina de VEJA com os candidatos de Curitiba
Candidata confirmou e cancelou duas vezes o compromisso com o projeto VEJA E VOTE; adversário Eduardo Pimentel (PSD) concedeu entrevista
A jornalista Cristina Graeml (PMB), candidata à Prefeitura de Curitiba, foi convidada, mas cancelou duas vezes a participação em sabatina promovida por VEJA. Ela chegou a confirmar participação em duas datas acertadas com a produção do projeto VEJA E VOTE — e cancelou ambas.
O seu concorrente no segundo turno da eleição, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), aceitou o convite e foi sabatinado por três jornalistas de VEJA. A íntegra da sabatina você pode conferir no link abaixo:
++ ‘Vou para o embate’, diz Eduardo Pimentel em sabatina de VEJA
As entrevistas com ambos os candidatos da capital paranaense abririam a série de sabatinas com os concorrentes às prefeituras das principais capitais do país no segundo turno das eleições municipais. Outras entrevistas estão sendo programadas para as próximas semanas.
Graeml confirmou presença na gravação, inicialmente marcada para a manhã de quinta-feira, 10, de forma online — mesma data e mesmo formato usado com Eduardo Pimentel. Na noite anterior, desmarcou a participação alegando conflito de agenda, uma vez que, segundo ela, passaria o dia gravando inserções para o horário eleitoral gratuito. A produção de VEJA ofereceu a possibilidade de a gravação ser postergada para outro horário daquele mesmo dia, mas Graeml declinou, afirmando não haver espaço na agenda.
A produção de VEJA ofereceu uma segunda possibilidade de gravação, na manhã de sexta-feira, 11. A candidata, que frequentemente cita ter sido alvo de uma “asfixia” da imprensa no primeiro turno, por ter sido chamada apenas para um debate, confirmou a participação, mas novamente cancelou o compromisso a apenas algumas horas da entrevista.
VEJA lamenta a postura de Cristina Graeml, assim como o eleitor de Curitiba, que teria uma oportunidade para conhecer melhor as propostas da candidata, que passou o primeiro turno inteiro sem horário eleitoral no rádio e na TV (por conta do tamanho do seu partido) e foi convidada para apenas um debate, o último da campanha.
Surpresa na reta final da eleição, com um discurso apoiado basicamente em pregação de cunho ideológico, ela se apresentou como a candidata da direita e da renovação, mas pouco foi possível saber sobre suas propostas para Curitiba — essa é uma das principais críticas feitas pelos seus adversários, em especial pelo seu oponente no segundo turno, Eduardo Pimentel, que qualificou a candidatura dela de “aventura”.
Caso a candidata tivesse participado da sabatina, poderia, por exemplo, esclarecer pontos polêmicos de sua campanha, como os listados abaixo, que têm sido assunto no atual embate eleitoral em Curitiba.
Plano de governo
O blog Paraná Político revelou que o seu plano de governo foi gerado por inteligência artificial. Segundo verificação na plataforma online ZeroGPT, que aponta trechos possivelmente retirados de outros textos ou compilados por IA, existem “fortes indícios” de que 88% do plano não foi escrito por uma pessoa.
Vacinação
A candidata, quando atuava como comentarista em veículos de imprensa, se posicionou contra as vacinas durante a pandemia de Covid-19 . Na Jovem Pan, onde atuava, chegou a atribuir as mortes de adolescentes à vacina, mas dois deles nem haviam sido imunizados, como mostrou o jronal O Estado de S. Paulo. O vídeo com a fake news chegou a ser visto por mais de um milhão de pessoas.
Candidato a vice
O postulante a vice na chapa, Jairo Filho (PMB), responde a pelo menos três processos na Justiça por aplicar golpes por meio de esquemas similares a pirâmides financeiras, com promessas de retornos ilusórios. O prejuízo calculado às vítimas chega a mais de 1,3 milhão de reais, de acordo com ações consultadas por VEJA.
Isolamento partidário e apoio de Bolsonaro
A candidatura é sustentada por apenas um partido, o seu PMB, que não tem representação no Congresso. Sem alianças partidárias, a candidata se valeu do polêmico apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é do PL, partido que tem o vice na chapa de Eduardo Pimentel, o ex-deputado Paulo Martins.
Contribuição de campanha
Um de seus principais financiadores na eleição é o empresário Otávio Fakhoury, investigado em inquérito no STF pela divulgação de fake news e organização de atos antidemocráticos, como mostrou matéria de VEJA: https://beta-develop.veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/empresario-investigado-no-stf-doa-r-420-mil-a-marcal-e-bolsonaristas.
Ministros do STF
Quando atuava na Jovem Pan, a emissora, segundo o jornal Folha de S. Paulo, foi condenada a pagar 34,2 mil reais para o atual ministro do STF Cristiano Zanin por danos morais após Cristina Graeml chamar o então advogado de “bandido” durante um programa. Ela também é defensora do impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
8 de Janeiro
Cristina Graeml chama de “presos políticos” os bolsonaristas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes logo após a posse de Lula na Presidência por não concordarem com o resultado da eleição e para pedir a saída do petista do poder.
Propostas para a cidade
Além desses temas polêmicos, a candidata Cristina Graeml também poderia ter aproveitado a sabatina proposta por VEJA para elencar as suas propostas em questões importantes para o eleitor de Curitiba, entre eles:
– Como reduzir tarifa e melhorar o serviço de transporte público
– O que fazer com a crescente população de rua
– Como ampliar e melhorar o sistema de educação
– Quais são os problemas e propostas para a área de saúde
– Qual deve ser o papel do município na segurança pública
– O que seu eventual governo prevê de políticas para as mulheres