Pré-candidato à prefeitura de São Paulo e crítico ferrenho da política de privatizações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) não se manifestou sobre a greve deflagrada nesta terça-feira, 28, pelos funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp.
Nos últimos dias, nas redes sociais, Boulos vem criticando falhas de gestão nas linhas paulistas de trem e metrô operadas pela iniciativa privada. Nesta terça, ele publicou trecho de um discurso na Câmara dos Deputados, em audiência realizada em 18 de outubro, com argumentos contrários à privatização da Sabesp. Em nenhum momento, o parlamentar menciona o movimento de paralisação dos trabalhadores.
O silêncio de Boulos destoa do posicionamento adotado na última greve dos metroviários e ferroviários, em 3 de outubro, quando apoiou abertamente a paralisação das atividades promovida pela classe. Na ocasião, o deputado tomou o lado dos grevistas e atribuiu a responsabilidade pelo movimento à “intransigência do governo de São Paulo” — algo que foi amplamente explorado pelo adversário Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, já que a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, é filiada ao PSOL.
À medida que as eleições municipais se aproximam, torna-se mais claro o abrandamento do tom do psolista nas redes sociais. Atual favorito na corrida à Prefeitura de São Paulo, Boulos enfrenta o desafio de manter a liderança enquanto os rivais Nunes, Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União) capitalizam com os transtornos sofridos pela população em meio às greves nos serviços públicos.