A capital paulista recebe, a partir desta sexta-feira, 15, a primeira edição da ExpoCannabis, uma feira voltada à indústria da maconha no país. A programação é composta por três dias de shows, palestras e oficinas sobre o mercado da planta, além de exposições de marcas e produtos do setor.
A feira terá mais de 8.000 metros quadrados na Expo São Paulo, zona sul da cidade. Os ingressos foram vendidos por valores que variam de 150 a 2.500 reais. A ideia de trazer o evento ao país surgiu da ExpoCannabis Uruguai, que já está em sua 10ª edição.
O evento foi aberto com uma palestra sobre a importância do turismo de negócios para os avanços no debate sobre a maconha, comandada por empresárias do Uruguai, onde a planta é legalizada. Há ainda debates sobre o uso medicinal, veterinário e industrial da planta, sustentabilidade e empreendedorismo, além de oficinas que ensinarão como cultivar a cannabis e extrair óleo para uso terapêutico. Também estão previstas discussões sobre políticas públicas para regulamentação da maconha medicinal, redução de danos e encarceramento em massa causado pela proibição às drogas no país.
Mais de 100 marcas vão expor seus produtos na feira, incluindo sedas para fumo, dichavadores, bongs (um tipo de cachimbo), cinzeiros, cosméticos, alimentos, bebidas e estufas agrícolas. Uma das empresas expositoras, a “Matinho do Bom”, produz uma bebida em late feita com mate, rum e lemon haze, uma variedade da cannabis — o slogan, “a bebida que faz sua onda”, já diz tudo. A Top Crop, a marca espanhola de fertilizantes utilizados especialmente para a flor, e a Cozinha 4.20, um canal no YouTube que ensina receitas com cannabis, também estão confirmadas.
Entre os palestrantes, há pesquisadores, médicos, artistas, escritores, ativistas, empresários da cannabis e políticos, como a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e os deputados estaduais Eduardo Suplicy (PT) e Caio França (PSB), este último autor do projeto, sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas, que autorizou a distribuição de canabidiol pelo SUS.
Segundo os organizadores do evento, o valor de mercado da maconha poderia atingir o total de 26 bilhões de reais no 4º ano após a regulamentação. “Deste total, seriam recolhidos 8 bilhões de impostos para o governo, o que possibilitaria investimentos importantes nas áreas da saúde, educação, economia, tecnologia e mais”, diz a página oficial da Expo.