De olho no Senado, ex-ministro sanfoneiro quer rodar o país com Bolsonaro

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) deverá ser um dos candidatos bolsonaristas que disputará uma vaga no Senado Federal, em 2026. Conhecido como “ministro sanfoneiro”, uma das estratégias de para se eleger será colar no principal líder da direita brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que pretende intensificar as agendas pelo Brasil a partir do próximo mês.

“Provavelmente, eu estarei com ele [Bolsonaro] até 2026, em todas as agendas que ele viajar pelo país”, diz Machado a VEJA. “Graças a Deus, sou um ministro reconhecido no Brasil todo. Onde eu vou, o pessoal sempre arruma uma sanfona para eu tocar, eu toco, o pessoal gosta, canta”, acrescenta o ex-ministro.

Jair Bolsonaro tem tratado como prioridade eleger uma bancada de senadores aliados e defendeu na última segunda-feira, 24, a candidatura de Machado em uma entrevista em Pernambuco. Ele também disse que o “sanfoneiro” será o responsável por formar uma aliança para ter um candidato competitivo ao governo do Estado.

“Deixo a cargo do Gilson discutir esse assunto aqui. […] Como o partido não agrega ainda para uma possível eleição para o governo aqui no estado, a gente pode partir para uma coligação, para um acerto. Eu prefiro.”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio CBN de Recife na última segunda-feira, 24. “Já que estamos fracos lá por cima, um senador para mim é importantíssimo e eu vou fazer o possível para tê-lo”, acrescentou.

Desempenho eleitoral

Gilson Machado concorreu à Prefeitura de Recife em 2024, mas fez apenas 129.138 votos, o correspondente a 13,9% e foi derrotado ainda no primeiro turno por João Campos (PSB), que foi reeleito com 725.721 votos (78,12%). Por outro lado, o filho do ex-ministro de Bolsonaro, Gilson Machado Filho, foi o segundo candidato a vereador mais votado da cidade, eleito com 16.095 votos.

Em 2022, Machado já havia disputado uma vaga para o Senado. Ele recebeu 29,55% dos votos válidos, mas foi derrotado por Teresa Leitão (PT), que teve o apoio de 46,12% dos eleitores.

“Radical”, segundo Cid

Nos vídeos revelados na semana passada da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Gilson Machado é colocado no grupo “radical” que pedia para o ex-presidente dar um golpe de Estado.

Além de Machado, o grupo no entorno de Bolsonaro que, segundo Cid, clamava por um golpe em 2022 era composto pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o filho do ex-presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), os senadores Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), o então ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e o general do Exército Mario Fernandes.

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