Faltando poucos dias para a Câmara dos Deputados, no início de agosto, analisar a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer, a defesa do peemedebista recorreu nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para ter acesso a sete arquivos com áudios recuperados pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) sobre a notória conversa entre o político e o empresário Joesley Batista. Ao analisar o conteúdo do diálogo entre Temer e Batista, o INC não encontrou edições nas conversas. Ainda assim, a defesa considera que os sete áudios ainda desconhecidos do público podem ser usados como arma de defesa no Plenário da Câmara.
Para tentar desqualificar a conversa em que Joesley Batista diz que está comprando o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, personagens que podem detalhar esquemas de financiamento e arrecadação do PMDB, os advogados de Temer chegaram a pedir ao perito Ricardo Molina que fizesse um laudo particular, que apontou mais de 60 pontos potenciais de edição e disse que, como prova, a gravação era “imprestável”. O laudo da Polícia Federal, no entanto, afirma que foram observadas 294 descontinuidades no sinal de áudio, mas que “tais descontinuidades são compatíveis com as decorrentes de interrupção no registro das amostras de áudio por atuação do mecanismo de detecção de pressão sonora do equipamento” – ou seja, o aparelho para de gravar quando ninguém está falando e não há som a ser gravado.