As acusações de assédio contra o ministro dos Direitos Humanos viraram munição para a oposição nas redes sociais. Após as denúncias virem à tona, parlamentares bolsonaristas compartilharam textos e vídeos sobre o assunto, criticaram Silvio Almeida, o governo Lula e a esquerda.
Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) compartilharam a notícia sobre o assunto e chamaram o ministro de “taradão da Esplanada”. “O cara achou que poderia se esconder atrás da cadeira de ministro dos Direitos Humanos, que tinha poderes para abusar até mesmo de uma ministra colega. Mas agora a casa caiu. Nojento demais!”, escreveu o filho do ex-presidente.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um vídeo sobre o assunto e criticou o que chamou de “hipocrisia” da esquerda. “Nada como um dia após o outro. Lembram que eu falei, né? Que esse vagabundo aí… Eu falei: sua voz aveludada não engana o Brasil. Os caras da esquerda são mestres em propaganda”, disse. “Imagina se tem qualquer tipo de denúncia dessa contra um bolsonarista. Meu irmão, seria a terceira guerra mundial”, acrescentou.
“Que curioso, esse não é o ministro lacrador de Lula, da pasta de Direitos Humanos, que tacha todo mundo da direita de golpista para baixo? Que adora dar lição de moral nos outros usando os mais criativos nomes? Que coisa, não?”, ironizou a deputada Carla Zambelli (PL-SP). “Mas, ao contrário dele, eu defendo que, antes de julgar e condená-lo de pronto, que se respeite o devido processo legal para que sua responsabilidade ou não seja devidamente apurada”, acrescentou.
Em uma publicação no Instagram, a deputada Bia Kicis (PL-DF) questionou se “o movimento feminista vai se manifestar”. Já o deputado Mario Frias (PL-SP) escreveu que “o governo que se vende como ‘do amor’ está mergulhado em contradições” e é “cúmplice da desordem, fomentando conflitos em vez de combatê-los”. Outros parlamentares bolsonaristas, como Julia Zanatta (PL-SC), Gustavo Gayer (PL-GO), Caroline de Toni (PL-SC) e Ricardo Salles (PL-SP), também fizeram posts sobre o assunto.
Entenda o caso
Os supostos casos de assédio sexual envolvendo o ministro foram revelados pelo portal Metrópoles na quinta-feira 5. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou sobre o assunto. A organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou ter sido procurada por mulheres que narraram episódios de assédio cometidos pelo ministro. Estudantes da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, também relataram que Almeida oferecia notas melhores se as estudantes tivessem encontros com ele, segundo publicação do colunista Matheus Leitão, de VEJA.
Nesta sexta-feira, 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o assunto pela primeira vez e disse que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”. A Polícia Federal também informou que vai abrir inquérito para investigar as denúncias. O ministro nega todas as acusações, disse ser vítima de “ilações absurdas” e que pedirá apuração do caso.