Deputados bolsonaristas se articulam contra o ‘Dia do Axé’
Parlamentares afirmam que data seria 'desnecessária' diante de outras questões que deveriam ser prioridade na pauta legislativa

Deputados federais bolsonaristas se uniram nesta quarta-feira, 19, para criticar um projeto de lei que propõe a criação do Dia Nacional da Axé Music, estilo musical que completa quatro décadas neste ano. Em vídeos divulgado nas redes sociais (veja abaixo), eles afirmam que a proposta seria supérflua diante de outras prioridades do governo.
O projeto a que os conservadores se referem é o PL nº 4.187/2024, apresentado pela deputada Lídice da Mata (PSB-MA). A proposta chegou a entrar na pauta da sessão de quarta, mas não foi colocado em votação. A justificativa do PL afirma que o Axé é “uma manifestação cultural vital e um símbolo de identidade e resistência da cultura baiana”.
A data escolhida, 17 de fevereiro, é o dia do primeiro carnaval após o lançamento da música Fricote, de Luiz Caldas, um marco precursor do estilo musical. Hoje, o axé é uma identidade cultural com “impacto contínuo na cultura e na música brasileira”, além de ter, segundo a justificativa da proposta, significativa importância econômica.
“Quem quer saber disso enquanto o governo está derretendo”, disse a deputada federal Carol de Toni (PL-SC), em vídeo divulgado nas redes sociais. A parlamentar, que esteve à frente da Comissão de Constituição e Justiça em 2024, já assinou, junto de outros aliados, requerimentos para que a Câmara faça sessões solenes em homenagem aos dias da Bíblia, da família e do nascituro.
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Outro que aparece no vídeo é o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). “Nada contra o Axé. Agora, fazer um dia nacional, isso diz respeito ao quê? O que isso muda na vida das pessoas, até mesmo das que trabalham com Axé? Nada. Enquanto isso, café está nas alturas, o ovo também”, disse o parlamentar.
O ex-minsitro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Podemos-SP), ironizou a situação. “Vai transformar a Câmara dos Deputados praticamente em uma Câmara dos Vereradores. Ficar votando nome de rua, nome de praça e dia de homenagem ao não sei o quê.”