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Em menos de 2 meses, Pazuello muda cinco vezes data de início da vacinação

Ministro, que já questionou ‘para que essa angústia’ pela imunização, já disse que ela começaria em março, dezembro, janeiro, fevereiro e janeiro de novo

Por Camila Nascimento Atualizado em 18 jan 2021, 13h03 - Publicado em 18 jan 2021, 12h49
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  • O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudou mais uma vez a data para o início da campanha nacional de imunização contra a Covid-19, nesta segunda-feira, 18. A vacinação deve começar ainda hoje, no fim do dia, em vez de na próxima quarta-feira, 20, como havia sido anunciado por ele no domingo, 17. A decisão foi tomada após a pressão feita por governadores e pelo fato de o Estado de São Paulo ter iniciado a vacinação ontem, logo após a Anvisa ter dado o aval para o uso emergencial da CoronaVac.

    Mas as mudanças de data para o início da vacinação no país não são novidade na trajetória de Pazuello. O vaivém começou em dezembro, quando, segundo cronograma apresentado no dia 1º, a imunização nacional começaria apenas em março de 2021 e seria finalizada em dezembro deste ano, quando existiriam doses suficientes para vacinar o público-alvo formado por idosos anos, profissionais da saúde, indígenas, pessoas com comorbidades, trabalhadores de áreas essenciais e a população carcerária. As doses à princípio viriam da AstraZeneca e da Covax Facility, consórcio de vacinas liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), do qual o Brasil faz parte.

    Contudo, no mesmo mês, Pazuello disse que a vacinação, em pequenas doses, poderia até ser antecipada para dezembro de 2020 ou janeiro deste ano “se a Pfizer conseguir a autorização emergencial e nos adiantar alguma entrega”. A declaração foi dada logo após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter dito que o estado começaria a vacinar no dia 25 de janeiro, o que irritou o governo federal. O ministro também afirmou que a CoronaVac, produzida pela China em parceria com o Instituto Butantan, poderia entrar no plano, desde que conseguisse a aprovação da Anvisa.

    Sem a chegada de doses da Pfizer, no dia 16 de dezembro, quando o plano nacional de imunização foi lançado, o ministro mudou de previsão novamente e disse que a vacinação começaria em “meados de fevereiro”. A CoronaVac acabou sendo incluída no programa do governo federal. Nesse evento, quando já era pressionado a apontar uma data, ele soltou a já célebre frase: “Para que essa ansiedade, essa angústia?”. Na época, o país já tinha em torno de 180.000 mortos pela doença.

    A confusão do ministro em torno da data continuou em 2021. Na quarta-feira, dia 13, ele reforçou que vacinação começaria em janeiro com 8 milhões de doses. Desse total, dois milhões seriam do imunizante da AstraZeneca fornecidos pelo Instituto Serum, da Índia, e os outros 6 milhões de vacinas CoronaVac viriam do Instituto Butantan. Dois dias antes, em visita a Manaus, Pazuello havia afirmado que o país poderia iniciar a vacinação na quarta-feira, dia 20 de janeiro, ou, no máximo, até 10 de fevereiro.

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    Nesse dia, pressionado pelas cobranças sobre quando, afinal, começaria a imunização, ele inovou. “Todos os estados receberão simultaneamente as vacinas, no mesmo dia. A vacina vai começar no Dia D e na Hora H no Brasil. No primeiro dia que chegar a vacina, ou que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia, já estará nos estados e municípios para começar a vacinação no Brasil.”, afirmou.

    Mais recentemente, no dia 14, o ministro da saúde divulgou que o Dia D e a Hora H seriam na quarta-feira, 20, às 10h. No entanto, nesta segunda-feira, 18, após ter sido pressionado por governadores para antecipar a data depois de Doria ter iniciado a imunização em São Paulo, Pazuello anunciou que a vacinação nacional começaria ainda hoje no fim do dia, usando a vacina chinesa, que várias vezes foi contestada pelo presidente Jair Bolsonaro. Já as 2 milhões de doses da AstraZeneca, segundo o ministro chegam “ainda nesta semana” da Índia — o lote atrasou depois de ser bloqueado por autoridades do país, que optaram por priorizar a vacinação em sua população.

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