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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Eleições 2020: a difícil vida dos novatos na disputa pelas prefeituras

Candidatos veteranos lideram primeiras pesquisas nas principais capitais; radialista em João Pessoa e delegada em Recife são exceções entre os favoritos

Por Da Redação Atualizado em 6 out 2020, 11h06 - Publicado em 6 out 2020, 11h05

As primeiras rodadas de pesquisas eleitorais após a confirmação das candidaturas a prefeito mostram que não será fácil a vida para os novatos na eleição deste ano. Ao contrário da disputa de 2016, que levou ao poder em cidades importantes gente que nunca havia disputado um mandato eletivo, como os prefeitos de São Paulo, João Doria (PSDB), e de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), desta vez não há nenhum iniciante com chances reais de vitória nos principais centros.

Os candidatos estreantes com mais chances de embaralhar a disputa na ponta, por ora, são o radialista e apresentador de TV Nilvan Ferreira (MDB), em João Pessoa, e a delegada Patrícia Domingos (Podemos), em Recife. Segundo pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira, 5, Ferreira está com 15% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o líder da pesquisa, Cicero Lucena (Progressistas), ex-governador da Paraíba e ex-prefeito de João Pessoa, que tem 18%. Ferreira também está empatado com outro ex-governador, Ricardo Coutinho (PSB), que tem 12%.

Já a delegada Patrícia está, também segundo o Ibope desta semana, com 11% das intenções de voto, empatada tecnicamente com a terceira colocada, a deputada federal Marília Arraes (PT), que tem 14%. Os dois líderes são o deputado federal João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, com 23%, e o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), que tem 19% – este também está empatado com Marília, já que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Os dois novatos têm como suas principais bandeiras o combate à corrupção. Ferreira, um ex-dirigente do PCdoB no estado e que agora se apresenta como patriota e conservador, faz das críticas aos corruptos o seu principal discurso, tanto como candidato quanto como jornalista. Já Patrícia Domingos foi titular da Delegacia de Crimes contra Administração e Serviços Públicos (Decasp), da Polícia Civil, e se notabilizou por investigar políticos, empresários e policiais envolvidos em esquemas de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

Nos maiores estados, os veteranos monopolizam os primeiros postos, como no Rio, onde o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), o atual, Marcelo Crivella (Republicanos), a deputada estadual Martha Rocha (PDT) e a ex-governadora Benedita da Silva (PT) ocupam as quatro primeiras posições. Em São Paulo, a mesma quadra é ocupada pelo deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), o prefeito Bruno Covas (PSDB), o ex-governador Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), que, apesar de nunca ter ocupado cargo eletivo algum, já foi candidato a presidente da República em 2018.

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Em Salvador, uma completa novata em eleição ainda tenta se aproximar do pelotão de frente: com 6% das intenções de voto, a major Denice Santiago (PT), candidata do governador Rui Costa (PT), está empatada tecnicamente com o segundo colocado, o sargento e pastor Isidório Santana (Avante), que tem 10%. O problema para a estreante é que o líder, o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), candidato do prefeito ACM Neto, tem 44% e hoje venceria no primeiro turno.

Em Belo Horizonte, o outrora estreante Alexandre Kalil agora é franco favorito: ele tem 58% das intenções de voto contra 4% do segundo colocado, João Vitor Xavier (Cidadania). Em Porto Alegre, quem lidera é a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB), com 24% – não há nenhum estreante na política entre os candidatos.

O que pode motivar os novatos é que a política às vezes comporta reviravoltas espetaculares. O maior exemplo é o do próprio João Doria, que em 2016 tinha 6% das intenções de voto em julho, segundo o Datafolha, a um mês do início da campanha eleitoral. Acabou vencendo no primeiro turno.

 

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