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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Em meio a coronavírus, bolsonaristas focam Lava Jato e fuga de presos

Nas redes sociais, aliados do presidente falam em 'evidente exagero' na divulgação de informações sobre pandemia e sobem hashtag sobre seis anos da operação

Por Da Redação Atualizado em 17 mar 2020, 14h42 - Publicado em 17 mar 2020, 13h57

Na manhã desta terça-feira, 17, o governo do estado de São Paulo confirmou a primeira morte em decorrência do novo coronavírus. Nas redes sociais, porém, parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, têm mobilizado seus seguidores nas redes sociais com publicações exaltando a Operação Lava Jato e divulgando a fuga de presos em quatro penitenciárias paulistas.

Em seu perfil no Twitter, Moro compartilhou um breve vídeo com uma cena do filme Os Intocáveis, para comemorar os seis anos da Lava Jato. Antes de assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Moro era juiz federal, e comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba – enquanto magistrado, foi responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá.

“A prioridade é o combate ao coronavírus. Breve interlúdio para lembrar seis anos da Lava Jato. O combate à corrupção é uma luta perene. Menos corrupção significa também mais recursos para saúde. Homenagem aos que, contra todos os desafios, persistem, quer seja ele um crime ou um vírus”, diz o post de Moro.

Deputada federal e integrante da chamada bancada lavajatista do Congresso Nacional, Bia Kicis (PSL-DF) respondeu ao post do ministro, pediu aos seus seguidores que subissem a hashtag #LavaJatoOrgulhoNacional, e ainda bajulou Moro, que, em sua avaliação, “sempre arrasa”.

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Um dos parlamentares mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Marcos Feliciano (Podemos-SP) divulgou um vídeo em seu perfil no Twitter sobre a fuga de presos do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá, no interior de São Paulo. “O que é calamidade pública? O que é risco real e imediato? 1 vírus que mata 0,85% dos infectados e se alastra com dificuldade em zonas quentes como Brasil, ou colapso do maior sistema penitenciário do país? Criminosos perigosos se espalhando pelo Brasil! Culpa de João Doria”, diz a publicação de Feliciano.

Ferrenho defensor de Bolsonaro, o pastor foi um dos bolsonaristas a comparecer às manifestações em apoio ao governo federal no domingo 15, mesmo em meio à recomendação do Ministério da Saúde para que a população evite aglomerações.

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Também na manhã desta terça-feira, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi ao Twitter afirmar que não tem “dúvidas de que superaremos o coronavírus”. “Difícil será proteger as pessoas da quantidade enorme de bandidos que começaram a ser colocadas em liberdade”. Silveira também comemorou os seis anos da Lava Jato e agradeceu ao ministro Sergio Moro. Um pouco antes, pediu a seus seguidores que seguissem as orientações do Ministério da Saúde: “Sem pânico”, escreveu.

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Ex-ministro da Cidadania e médico sanitarista, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) afirmou em sua conta no Twitter que há um “evidente exagero das informações para criar pânico na população em relação ao coronavírus”. “É uma pandemia como as outras que ocorreram nas últimas décadas, e com uma mortalidade igual ou menor. Não é caso de suspender aulas e parar a atividade econômica”.

Apesar de dizer que há um exagero na disseminação das informações, Terra afirmou, em outra publicação, que o Ministério da Saúde “está conduzindo com muita responsabilidade o enfrentamento ao coronavírus”, ressaltando que mais de 90% das pessoas “não precisarão de hospital”. “Medidas como suspensão de aulas e quarentena total são só de cunho político, não tem evidência científica”, acrescentou.

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‘Certa histeria’

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta terça-feira, que há uma “certa histeria” em relação à pandemia do novo coronavírus e que fará uma “festinha tradicional” para comemorar o seu aniversário de 65 anos, no sábado, 21.

“Esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores, no meu entender, posso até estar errado, que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia”, disse em entrevista à rádio Super Tupi. “A vida continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de pessoas aqui e acolá esporadicamente que tem que ser atacado exatamente isso. Tirar a histeria. Agora, o que acontece? Prejudica”, acrescentou.

“Eu faço 65 [anos] daqui a quatro dias. Vai ter uma festinha tradicional aqui. Até porque eu faço aniversário dia 21 e minha esposa (Michelle) dia 22. São dois dias de festa aqui”, disse.

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