Em reta final, força-tarefa da Lava Jato no Rio faz inventário de delações
Procuradores do grupo, que deve ser encerrado este ano, estão levantando trechos que podem ensejar novas investigações
Criada em junho de 2016, a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro deve encerrar os trabalhos este ano. As apurações envolvendo os esquemas de corrupção no estado serão incorporadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que tem prazo para estruturação no Rio até abril. Por isso, os procuradores da força-tarefa estão passando o pente-fino em cerca de 40 delações para verificar que investigações ainda devem ser abertas com base nelas ou que parte desses anexos devem seguir para outras apurações já abertas.
Em um primeiro momento, os investigadores deram mais atenção às partes das delações que diziam respeito a crimes maiores. Agora, o que se busca é olhar os crimes e esquemas mais tangenciais. O esquema dos doleiros, por exemplo, ainda possui várias frentes de investigação.
À VEJA, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse no último dia 25 de janeiro que a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio continuaria funcionando até setembro deste ano, quando termina seu primeiro mandato. Em portaria no dia 29 de janeiro, no entanto, ele prorrogou o funcionamento do grupo, que venceria no último dia 31, até o final de março.
Aras também designou uma comissão provisória para a transição dos trabalhos da Lava-Jato no Rio para a instalação definitiva do Gaeco. Já existentes nos Ministérios Públicos estaduais, os Gaecos passaram a ser implementados no ano passado em nível federal. Há grupos desse tipo em Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pará e Amazonas.