Carlos Wizard e Luciano Hang estão organizando um grupo de empresários para comprar vacinas e imunizar seus funcionários. Sócio da rede Wise Up e de centenas de lojas de fast food (Taco Bell e KFC), Wizard contou a VEJA que espera gastar meio milhão de dólares para vacinar seus 50 mil funcionários. Para isso, encontrou-se esta semana em Santa Catarina com Hang, dono da Havan. As negociações com os laboratórios ainda não começaram. “Queremos sensibilizar o empresariado de que investimento de risco é ficar em casa esperando o Ministério da Saúde, o governo estadual, o municipal”, afirma Wizard.
Próximos do governo Bolsonaro, os dois empresários já se encontraram com Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde. Wizard afirmou que o governo estipulou em quatro meses a cobertura vacinal dos grupos de risco. “O que conversei no ministério é que teremos de trabalhar em harmonia e solidários ao governo. Nosso interesse não é comercial. Não vou vender vacina. O secretário Élcio Franco disse que temos 70 milhões de brasileiros que compõem o grupo de risco, e nossa proposta não será liberada antes de os grupos de risco serem vacinados. Por isso, planejamos a vacinação para julho”, relata.
De acordo com o projeto de lei 534/2021, aprovado na terça-feira, 2, pelo Congresso e que aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro, os entes privados que comprarem vacinas terão de doar todo o suprimento para o Programa Nacional de Imunização até que os grupos de risco sejam vacinados.
Na conversa com VEJA, Wizard fez questão de ressaltar que, como Hang, é um entusiasta do suposto tratamento precoce contra a Covid-19 — que é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e por grande parte dos bolsonaristas –, mas que aposta na vacina. Ao contrário de Bolsonaro, Wizard também é um adepto das máscaras. “E eu uso máscaras duplas especialmente em zonas de risco.”