‘Estamos no caminho certo da pacificação’, diz Alcolumbre a Hugo Motta
Presidentes de Senado e Câmara lideram articulações no Congresso para oferecer um texto alternativo ao projeto de anistia defendido pelo bolsonarismo

O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aproveitou a presença do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na solenidade de lançamento da federação União Progressista, nesta terça-feira, 29, para, dirigindo-se diretamente a ele, afirmar que “estamos no caminho certo da pacificação do Brasil”. O recado foi dado no momento em que cresce no Congresso a repercussão em torno de uma proposta alternativa costurada pelos dois, em diálogo com o Supremo Tribunal Federal (STF), ao projeto de anistia ao 8 de Janeiro defendido pelo bolsonarismo.
Ao discursar no evento, Alcolumbre não falou diretamente sobre anistia, mas ressaltou o trabalho conjunto com Motta, no sentido da “ponderação, diálogo e entendimento”. “Minha fala, na condição de presidente do Congresso Nacional, é dizer ao meu colega, o deputado Hugo Motta, que estamos no caminho certo da pacificação do Brasil”, afirmou. “O Brasil precisa de um norte para os brasileiros, porque muitas vezes somos chamados para decidir por um lado, ou para o outro lado. Mas o caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo e do entendimento é o que faz o país caminhar para a frente”, afirmou.
Alcolumbre e Motta vêm costurando há semanas a elaboração de um texto que seja um denominador comum entre as pretensões de parlamentares oposicionistas, que criticam as penas altas aplicadas pelo STF e pregam a anistia total a quem participou de atos considerados golpistas, e os governistas, que rechaçam a concessão deste benefício.
A proposta que está na mesa é a elaboração de um texto que permita uma melhor individualização da pena, para permitir que quem participou apenas dos atos tenha penas menores do que quem esteve na linha de comando das ações de golpe de estado. Um dos pontos seria unificar as punições por golpe de estado e por abolição violenta do estado democrático de direito, o que na prática poderia reduzir as penas aos condenados pelos dois crimes e ajudar, especialmente, quem participou dos atos de vandalismo em 8 de janeiro de 2023. A ideia dar uma resposta a quem questiona as pens altas aplicadas pelo STF e, ao mesmo tempo, evitar desgaste com a Corte.