O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, determinou o arquivamento de uma investigação sobre a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), uma das principais articuladoras do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Fux atendeu a uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que, como mostrou VEJA em setembro, havia pedido que a apuração sobre suposta falsidade ideológica eleitoral fosse arquivada.
O inquérito investigava se a deputada havia deixado de informar à Justiça Eleitoral na eleição de 2018 serviços supostamente prestados à sua campanha por influenciadores digitais. Naquele ano, Gleisi foi eleita à Câmara dos Deputados. Os influenciadores, que faziam elogios nas redes sociais a alguns candidatos do PT, incluindo Gleisi, foram contratados por uma empresa de Miguel Correa, candidato ao Senado pelo PT em Minas Gerais naquele ano.
Para a PGR, no entanto, não havia “indícios mínimos” de que a presidente do PT sequer soubesse das contratações, motivo pelo qual a investigação deveria ser arquivada.
“Considerando-se que, na realidade fática, não há, ao menos nesse momento, indícios mínimos para se afirmar que a representada Gleisi Hoffmann tenha atuado na contratação das empresas, definido pautas de publicações em mídias sociais, pago por esses serviços, tampouco tenha tomado ciência sobre sua realização, não há como afirmar que esta omitiu declaração de doação de bem estimável em dinheiro em sua prestação de contas”, defendeu a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo.
Ao arquivar o inquérito, Luiz Fux citou a prerrogativa de relator para decidir nesse sentido quando há pedido do Ministério Público Federal.