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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Governo brasileiro envia carta aos EUA sobre tarifaço

Documento enviado por Alckmin e Mauro Vieira diz que Brasil está 'indignado' com as tarifas, mas abre margem para negociação

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jul 2025, 12h43 - Publicado em 16 jul 2025, 12h33

O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira enviaram uma carta a membros do governo dos Estados Unidos afirmando que o Brasil está “indignado” com a tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, mas abriu margem para negociação de uma “solução mutuamente aceitável” entre os dois países.

O documento foi direcionado ao Secretário de Comercio dos EUA Howard Lutnick e ao Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer (leia a íntegra da carta ao final). A carta foi enviada na terça, 15, mas sua íntegra foi divulgada nesta quarta-feira, 16. 

Além da reação indignada do governo, a carta também afirma que a tarifa “terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”.

O documento menciona uma minuta sigilosa enviada pelo governo brasileiro ao dos EUA em maio deste ano, sobre tarifas bilaterais, que acabou ficando sem resposta. “O governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral”, diz o final da carta. 

Ainda na segunda-feira, 14, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou um decreto com a regulamentação da Lei da Reciprocidade Econômica, que pode ser usada para taxar, inclusive com igual força, os produtos americanos que ingressarem no Brasil. Apesar da ferramenta estar pronta para uso, o governo não a utilizou. Na terça, Alckmin esteve reunido com empresários que lhe pediram para negociar com o governo dos Estados Unidos a redução da tarifa de 50%.

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Leia a íntegra da carta enviada ao governo dos EUA

1. O Governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto. A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países. Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.

2 . Desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos. Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano.

3. Com esse mesmo espírito, o Governo brasileiro apresentou, em 16 de maio de 2025, minuta confidencial de proposta contendo áreas de negociação nas quais poderíamos explorar mais a fundo soluções mutuamente acordadas.

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4. O Governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta.

5. Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral.

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