VÍDEO: Hytalo Santos, influenciador denunciado por Felca, é preso em SP
Youtuber e marido são detidos no âmbito de investigação sobre sexualização de adolescentes

O influenciador digital Hytalo Santos, investigado pela produção de conteúdo de cunho sexual envolvendo adolescentes, foi preso nesta sexta-feira, 15, em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. As prisões do youtuber e de seu marido, Israel Vicente, foram confirmadas pelo Ministério Público da Paraíba.
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De acordo com o MP-PB, a prisão foi efetuada em operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). As ordens foram expedidas pela Justiça de Bayeux (PB), onde tramita uma das investigações por tráfico humano e exploração sexual infantil contra o youtuber. “Nesse contexto, vítimas — frequentemente oriundas de situações de vulnerabilidade socioeconômica — são aliciadas, transportadas e exploradas dentro das fronteiras do próprio estado, seja para fins de exploração sexual, trabalho análogo à escravidão ou outras formas de servidão”, diz o comunicado do Ministério Público (leia a íntegra no final desta reportagem).
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Um vídeo, divulgado pela Polícia Civil, mostra o momento em que Hytalo e Israel são detidos pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) na capital paulista (assista abaixo):
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que a prisão foi efetuado por policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Estelionato e Crimes Contra a Fé Pública (DIG), do DEIC, e que o endereço onde os influenciadores digitais foram localizados está sendo alvo de mandado de busca e apreensão.
Denunciado por Felca, influenciador é investigado na Paraíba por exploração sexual de menores
Atualmente, Hytalo Santos é alvo de duas investigações pelo Ministério Público da Paraíba, que tramitam nas cidades de João Pessoa e Bayeux, envolvendo a produção de conteúdo com sexualização de crianças e adolescentes. Ele também move um processo contra uma influenciadora que o chamou de “P. Diddy brasileiro”, alusão ao rapper americano preso por abuso sexual em festas com celebridades.
As práticas de Hytalo ganharam notoriedade nacional nas últimas semanas após a publicação de uma denúncia pelo youtuber Felca. Em vídeo de 50 minutos, o youtuber detalha como o paraibano lidera uma suposta “família adotiva” de crianças e adolescentes e explora as menores de idade com gravações em festas que envolvem roupas provocativas, danças sensuais e consumo de álcool.
O que diz o Ministério Público
Em comunicado enviado à imprensa, o MP da Paraíba afirma que as investigações contra Hytalo e Israel envolvem os crimes de exploração sexual infantil e tráfico humano, e que os inquéritos são conduzidos “com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas”. Leia abaixo na íntegra:
“O Ministério Público do Estado da Paraíba, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em atuação conjunta com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil do Estado da Paraíba, por meio da UNINTEPOL e da DECC, o CIBERLAB – Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP), a Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP), por meio da DEIC, e a Polícia Rodoviária Federal, informam que foram efetuadas as prisões do influenciador Hytalo Santos e de Israel Nata Vicente, em cumprimento a mandados expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, Estado da Paraíba, pelo Exmo. Sr. Dr. Antônio Rudimacy Firmino de Sousa.
As investigações têm por objeto os crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil. As apurações criminais vêm sendo conduzidas com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, especialmente crianças e adolescentes. Entretanto, o vazamento de informações sigilosas e a execução de medidas de natureza civil, dissociadas dos métodos próprios da investigação criminal, têm prejudicado a eficiência e a segurança do trabalho investigativo, além de potencialmente expor as vítimas a novos riscos.
O caso exige tratamento responsável, sem sensacionalismo e com máxima proteção à intimidade das vítimas, sobretudo no enfrentamento à exploração sexual, em especial no ambiente digital.
É importante destacar a necessidade do efetivo combate ao tráfico humano em âmbito estadual, pois se trata de uma grave violação de direitos que, embora muitas vezes menos visível que o transnacional, provoca impactos profundos nas comunidades locais. Nesse contexto, vítimas — frequentemente oriundas de situações de vulnerabilidade socioeconômica — são aliciadas, transportadas e exploradas dentro das fronteiras do próprio estado, seja para fins de exploração sexual, trabalho análogo à escravidão ou outras formas de servidão.
O enfrentamento dessa prática criminosa exige atuação coordenada, técnica e fundamentada, de modo a garantir a responsabilização dos autores e a salvaguarda dos direitos humanos.
O Ministério Público e as instituições parceiras reiteram seu compromisso inegociável com a defesa de crianças e adolescentes, mantendo-se firmes e integrados no combate a este crime grave, e conclamam a sociedade a apoiar essa missão por meio da denúncia responsável e da preservação da dignidade das vítimas.”