Influencer acusado de esquema com bets, Maumau ZK grava vídeo na cela
Ele foi solto no final de semana, mas continua sendo investigado em suposto esquema de promoção ilegal de jogos de azar; post foi apagado

Os seguidores e público em geral se surpreenderam no último sábado, 9, com vídeo publicado nas redes sociais pelo influencer Maurício Martins Junior, popularmente chamado de Maumau ZK. Ele estava dentro de uma cela aguardando ser solto. Ele é investigado no âmbito da Operação Desfortuna, que apura suposto esquema de promoção ilegal de jogos de azar pela internet, como o “Tigrinho”, com indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa. No último dia 7 de agosto, a operação prendeu Maumau e mais catorze influenciadores.
Na gravação, ele demonstra felicidade com a soltura. “Estou indo embora. Vou aqui tomar a minha duchinha e esperar o alvará, porque um homem de Deus não vai ficar preso. Não sou ladrão, não sou bandido. O Maumau é do povo. É do Brasil”, disse ele na publicação que, com a repercussão negativa, foi apagado de seu perfil no instagram.
Maumau foi preso em Arujá (SP) e passou por audiência de custódia em Guarulhos (SP). Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma e munições. Em nota, ele disse colaborar com as autoridades por não ter cometido irregularidades com divulgação de jogos de azar. Sobre a arma, calibre .38 e numeração raspada, o influencer afirmou ter ganhado de presente de um amigo depois de gravação em estande de tiro e que nunca a utilizou.
Esquema
Segundo os responsáveis pelo caso, as postagens realizadas pelos investigados contêm promessas enganosas de lucros fáceis, com o intuito de atrair seguidores para essas plataformas de apostas, que são proibidas no país.
“No decorrer das investigações, foram identificados sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores, que ostentavam nas redes sociais estilos de vida luxuosos, com viagens internacionais, veículos de alto padrão e imóveis de alto valor”, afirma trecho da nota.
Relatórios de inteligência financeira do Coaf revelaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, ultrapassam 4 bilhões de reais.
“Além da promoção de jogos ilegais, os investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estrutura seria usada para ocultar a origem ilícita dos recursos, caracterizando lavagem de dinheiro”, diz a polícia.