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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Itamaraty cita ‘autoridade moral’ de Lula em resposta à ‘The Economist’

Documento defendeu posições do Brasil sobre guerra no Oriente Médio e diz que país não faz tratamento 'à la carte' do direito internacional

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jul 2025, 12h27 - Publicado em 1 jul 2025, 12h26

O Itamaraty, por meio do seu chefe, ministro Mauro Vieira, enviou nesta terça-feira, 1º, uma carta ao periódico britânico The Economist respondendo ao artigo publicado com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto enviado pelo governo brasileiro diz que a “autoridade moral” do petista é “indiscutível” e que, sob a sua gestão, o país “é também um coerente defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia” (leia a íntegra da resposta ao final).

Até a publicação desta matéria, o texto não havia sido publicado pelo veículo estrangeiro. No último domingo, 29, a The Economist disse que Lula estaria perdendo popularidade dentro do Brasil e construindo uma política de relações exteriores “incoerente”. O texto criticou o posicionamento do país em relação ao conflito no Oriente Médio — o Itamaraty comentou os ataques conduzidos pelos Estados Unidos contra o Irã.

“Como um país que não tem inimigos, o Brasil é também um coerente defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia. Não fazemos tratamento ‘à la carte’ do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa. Lula é um eloquente defensor da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Genebra”, diz um trecho da reposta do Itamaraty.

Logo adiante, a pasta fala especificamente da guerra no Oriente Médio. “A posição do Brasil quanto aos ataques ao Irã e, sobretudo, às instalações nucleares é coerente com esses princípios. Nossa condenação responde ao fato elementar de que essas ações constituem uma flagrante transgressão da Carta da ONU. Ferem, em particular, as normas da Agência Internacional de Energia Atômica, organização responsável por prevenir contaminação radioativa e desastres ambientais de larga escala.”

Em outro momento, a resposta de Vieira fala especificamente da contraposição de Lula aos armamentistas e diz que a moral do presidente é “indiscutível”. O documento, como um todo, faz uma defesa dos eixos principais da política de relações exteriores do governo petista.

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“Lula não é popular entre os negacionistas climáticos. Em face de uma nova corrida armamentista, ele está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global. Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível”, diz a carta.

Leia a íntegra da carta do Itamaraty:

Em relação ao recente artigo publicado na sua página na internet em 29 de junho, gostaria de fazer as seguintes considerações.

Poucos líderes mundiais, como o Presidente Lula, podem dizer que sustentam com a mesma coerência os quatro pilares essenciais à humanidade e ao planeta: democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo. Como Presidente do G20, Lula construiu um difícil consenso entre os membros, no ano passado, e ao longo do processo logrou criar uma ampla aliança global contra a fome e a pobreza. Também apresentou uma ousada proposta de taxação de bilionários que terá incomodado muitos oligarcas.

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O Brasil vê o BRICS como ator incontornável na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico. Nossa presidência trabalhará para fortalecer o perfil do grupo como espaço de concertação política em favor da reforma da governança global e como esfera de cooperação em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade.

Sob a liderança de Lula, o Brasil tornou-se um raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia. Mostrou-se um parceiro confiável que respeita as regras multilaterais de comércio e oferece segurança a investidores. Como um país que não tem inimigos, o Brasil é também um coerente defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia. Não fazemos tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa. Lula é um eloquente defensor da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Genebra.

A posição do Brasil quanto aos ataques ao Irã e, sobretudo, às instalações nucleares é coerente com esses princípios. Nossa condenação responde ao fato elementar de que essas ações constituem uma flagrante transgressão da Carta da ONU. Ferem, em particular, as normas da Agência Internacional de Energia Atômica, organização responsável por prevenir contaminação radioativa e desastres ambientais de larga escala.

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Na gestão do Presidente Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de abrir caminhos para uma resolução diplomática do conflito, ainda em 2023.

Lula não é popular entre os negacionistas climáticos. Em face de uma nova corrida armamentista, ele está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global.

Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível.

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