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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Jordan Peterson: estreia no Brasil tem mix de psicologia e religião

Famoso por opor-se à 'ideologia de gênero', psicólogo conservador desembarcou no país pela primeira vez para turnê de lançamento de seu novo livro

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jun 2024, 19h13 - Publicado em 20 jun 2024, 18h40

Em sua estreia no país, o autor best-seller canadense Jordan Peterson realizou na última terça-feira, 18, em São Paulo, a primeira das palestras da turnê We Who Wrestle with God (“Nós Que Lutamos com Deus”, em tradução livre) — em solo brasileiro. A apresentação faz parte de uma série de conferências realizadas em todo o mundo para o lançamento de seu próximo livro, de mesmo nome, previsto para novembro. A segunda palestra no Brasil acontece nesta quinta-feira, 20, em Porto Alegre.

Na capital paulista, mais de 4.000 pessoas lotaram o Espaço Unimed para ouvir as análises do polêmico escritor, psicólogo e ex-professor da Universidade de Toronto sobre relatos bíblicos a respeito de sacrifício, disciplina e sofrimento — temas centrais de sua nova obra que, segundo Peterson, funcionam como elementos imprescindíveis para uma vida em sociedade moderna. Mitos como os de Adão e Eva e de Caim e Abel, duas das principais histórias do Velho Testamento da Bíblia, estiveram entre as alegorias trazidas pelo pensador para provocar o público sobre obediência, consciência, autorresponsabilidade e uma reflexão epistemológica acerca da “aventura que é dizer a verdade”.

A abertura do evento foi conduzida pelo colunista de VEJA e cientista político Fernando Schüler. “Sem diversidade de ideias, o mundo da cultura perde o seu sentido”, sintetizou. Schüler é curador do Fronteiras do Pensamento — projeto que é um dos organizadores do evento, com apoio da Brasil Paralelo.

Jordan Peterson, que classifica-se politicamente como um “liberal clássico”, é por vezes definido simplificadamente como um “conservador” — pecha que, pessoalmente, rejeita, mas que encontra certa correspondência em boa parte de seu público. Frequentemente citado por nomes da direita brasileira, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o psicólogo arrastou diversos políticos do espectro “conservador” a sua palestra. Entre os presentes, estavam os também deputados Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Paulo Bilynskyj (PL-SP), além do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).

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A exposição de quase duas horas de duração foi marcada por fenômenos surpreendentes — nas palavras do próprio palestrante — nos dias atuais: um público atento e longe dos celulares. O silêncio foi interrompido ao menos duas vezes por aplausos efusivos da plateia: quando Peterson comparou o marxismo com o espírito “patológico” de Caim que, travestido para tempos modernos, culminou na “catástrofe” do totalitarismo comunista, e quando o psicólogo compartilhou que sua esposa, Tammy Peterson, convertera-se recentemente ao catolicismo.

‘Cancelamento’ e ideologia de gênero

Até setembro de 2016, Jordan Peterson era um discreto professor de psicologia clínica na Universidade de Toronto, que mantinha um canal no YouTube popular entre os alunos e tinha escrito um livro pouco conhecido sobre a relação entre psicologia, política e religião. A aprovação da Lei C-16, no Canadá, que tornou crime a discriminação contra transexuais, travestis e “pessoas não binárias” (as que não se identificam nem como homem, nem como mulher), acabou com a calmaria e fez de Peterson uma espécie de popstar.

Enfurecido com o fato de poder ser processado se deixasse de usar os chamados pronomes neutros — ze em vez de he ou she, equivalente ao “elx”, popularizado na internet, para ele ou ela em português –, Peterson pôs a boca no trombone contra o que via como excessos da lei. Um debate sobre o tema na TV inglesa com sua participação foi visto milhões de vezes no YouTube. Alçado a porta-voz do “politicamente incorreto”, viu seu segundo livro, 12 Regras Para a Vida: Um Antídoto Para o Caos (Editora Alta Books) em oito meses virar best-seller.

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