Justiça barra ação contra Nelson Piquet, que pediu ‘Lula no cemitério’
Abertura de inquérito foi solicitada por senador petista após ex-piloto participar de manifestação
A juíza Elisabeth Cristina Amarante Minaré, do 1º Juizado Especial Criminal de Brasília, arquivou uma solicitação de investigação feita pelo senador Humberto Costa (PT) contra o ex-piloto Nelson Piquet por injúria e ameaça. Em 2 de novembro, o tricampeão mundial de Fórmula 1 esteve em uma manifestação em Brasília e pediu a morte do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. E Lula lá no cemitério, filho de uma p…”.
No despacho, a magistrada afirmou que as ações penais, públicas ou privadas, estão condicionadas à representação da pessoa ofendida, não por terceiros. “Verifica-se que o ofendido não ofertou representação criminal para apuração dos fatos, não possuindo o requerente legitimidade ativa para tal ou mesmo para a propositura da ação, já que o crime de ameaça, também em apuração, se procede mediante ação penal pública condicionada à representação, cuja titularidade pertence ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios”.
Enquanto escapa de um processo, o ex-piloto precisa se explicar em outra ação, movida por entidades de direitos humanos devido a falas homofóbicas e racistas proferidas por ele. Em 2021, Piquet chamou o também piloto Lewis Hamilton de “neguinho” e ofendeu o finlandês Keke Rosberg, campeão da Fórmula 1 em 1982 e pai de Nico Rosberg, ex-companheiro de Hamilton na escuderia Mercedes. Na ocasião, o brasileiro disse que não cometeu racismo e que suas falas direcionadas a Hamilton foram mal pensadas, mas que são usadas como sinônimo de “cara” ou “pessoa”.
Após sucessivas tentativas, a Justiça do Distrito Federal finalmente conseguiu notificar o tricampeão, no último dia 10, para que ele se defenda da acusação.