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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Lava Jato cobra multa da esposa de Eduardo Cunha sob ameaça de prisão

Juiz Eduardo Appio, de Curitiba, diz que jornalista Cláudia Cruz, absolvida por Moro, não pagou quantia de 300 salários mínimos fixada pelo TRF4 em recurso

Por Da Redação 9 Maio 2023, 11h20
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  • A Justiça Federal de Curitiba deu prazo de dez dias para que a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha pague uma multa estipulada em uma decisão de segunda instância sob a pena de ter a sua prisão preventiva decretada.

    A medida foi tomada pelo juiz Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelos processos da Operação Lava Jato, e teve como uma base uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

    Cláudia Cruz foi absolvida pelo então juiz Sergio Moro em 2017 da acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela era acusada pelo Ministério Público Federal de ter se beneficiado de parte da propina de 1,3 milhão de francos suíços que Cunha teria recebido na intermediação da compra de um campo de petróleo na África pela Petrobras.

    Na decisão, Moro disse que o comportamento de Cláudia era reprovável, com fartas evidências de gastos excessivos com viagens e produtos de luxo – ela gastou 1 milhão de dólares em sete anos no cartão de crédito internacional — , mas que não havia provas de que ela tinha conhecimento dos crimes do marido.

    O MPF recorreu ao TRF4, que deu provimento parcial ao recurso, condenando-a pagar uma multa de 300 salários mínimos (em torno de 396 mil reais hoje). Segundo o juiz Eduardo Appio, o valor não foi pago até hoje – e também não foi cobrado. “O presente processo se encontrava suspenso e sem nenhuma decisão ou despacho ao longo dos últimos meses, razão pela qual chamo o feito à ordem, por conta de iminente inspeção anual”, escreveu.

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    Na decisão, Appio diz que Cláudia Cruz foi “com absoluta certeza uma das beneficiárias do esquema criminoso, tendo usufruído de uma vida luxuosa, marcada por estadias em hotéis caríssimos e compras somente acessíveis aos membros da realeza britânica ou mesmo do seleto grupo de empresários bem-sucedidos empresários do Vale do Silício”. “Todavia, não há notícia de que a requerida tenha constituído uma startup de sucesso ou mesmo que tenha sido premiada por algum prêmio da Loteria Esportiva”, afirma.

    Na decisão, Appio cita uma diária em hotel de Miami em 2015, no valor de 23.047 dólares, e questiona se Cláudia Cruz não teria conhecimento das irregularidades imputadas ao marido. “Trata-se de uma jornalista experiente e de renome nacional, a qual tinha pleno conhecimento de que seu esposo, deputado federal na época, ganhava um salário bruto de R$ 33.763 em 2015, ou seja, o salário mensal seria suficiente para custear uma única noite do hotel de Miami”, escreve.

    Ele diz que a decisão é necessária porque “há risco concreto de rápida dilapidação de seus recursos financeiros, até porque não existe qualquer registro de que exerça atividade laboral remunerada ao longo dos últimos anos”.

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    Solenidades. Homenagens
    Cláudia Cruz com o então deputado Eduardo Cunha em solenidade do Parlamento Latino-americano (Parlatino) no Salão Nobre da Câmara Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

    Eduardo Cunha, hoje no PTB, deixou a prisão no ano passado após quase seis anos. À época das investigações, uma de suas principais preocupações era evitar que a esposa fosse para a cadeia. Hoje, o ex-presidente da Câmara tenta ganhar de novo influência e tem se movimentado nos bastidores da política. Ele tentou, mas não conseguiu se eleger deputado federal em 2022.

     

     

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