Lula deve encontrar Tasso em São Paulo no dia da convenção do MDB
Ex-presidente petista e senador tucano pretendem tratar das eleições cearense e nacional
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em São Paulo, na quarta-feira 27, para uma conversa que deve incluir no cardápio a sucessão presidencial e a eleição ao governo do Ceará.
No Ceará, Lula deve articular com Tasso a possibilidade de apoio do PSDB à chapa encabeçada pelo deputado estadual Elmano de Freitas (PT), lançado neste fim de semana como nome do PT ao governo após o rompimento estadual com o PDT de Ciro Gomes.
Freitas conta com a bênção de Camilo Santana (PT), ex-governador, candidato ao Senado e próximo de Chiquinho Feitosa, presidente do PSDB-CE. Aos tucanos pode ser oferecida uma vaga na suplência do Senado (o que é bastante interessante, já que Camilo pode virar ministro de um eventual governo Lula) ou o posto de vice na chapa ao governo estadual.
Não se sabe ao certo o que será proposto em termos nacionais, mas o curioso é que a reunião acontece no mesmo dia em que está prevista a convenção nacional do MDB que pretende lançar a senadora Simone Tebet (MS) como candidata à Presidência da República, com apoio dos tucanos. Tasso, inclusive, é o mais cotado como vice da emedebista.
Mas, num cenário em que Tebet não consegue alavancar a sua intenção de votos, sobram as indefinições. Nesta segunda, 25, a ala do MDB que faz oposição à candidatura da senadora formalizou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de suspensão da convocação da convenção. O movimento é orquestrado pelo senador Renan Calheiros (AL), apoiador público de Lula.
Lula e Tasso já haviam se encontrado em agosto de 2021 para discutir a sucessão presidencial. À época, Tasso era cotado como um dos pré-candidatos para a prévia presidencial tucana, mas acabou não lançando o seu nome. Em março deste ano, ao jornal cearense O Povo, Tasso não descartou um eventual apoio ao petista, mas disse “hoje não” pelo fato de o PSDB ter então João Doria como presidenciável. “Não só para derrotar o bolsonarismo como para construir um momento de paz, de equilíbrio, de serenidade, sem ódio, sem radicalismo, todo esforço é possível e toda aliança é possível”, ele afirmou.