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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Lula faz apelo por liberdade e fim de ‘perseguição’ contra Julian Assange

Justiça britânica autorizou nesta segunda-feira novo recurso do fundador do Wikileaks contra extradição para os EUA

Por Bruno Caniato Atualizado em 20 Maio 2024, 10h36 - Publicado em 20 Maio 2024, 10h03

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais no final de semana para pedir a liberdade do jornalista Julian Assange, fundador do site WikiLeaks. Nesta segunda-feira, 20, a Justiça do Reino Unido concedeu ao jornalista australiano o direito a um novo recurso contra o pedido de extradição enviado pelos Estados Unidos.

Por meio de seu perfil oficial no X (ex-Twitter), Lula afirmou que Assange deveria ter recebido o Pulitzer (maior prêmio mundial de jornalismo) por “revelar segredos dos poderosos” e disse esperar que “a perseguição termine”.

https://x.com/LulaOficial/status/1792226468484792411

Nos últimos anos, Lula defendeu Assange em múltiplas ocasiões em entrevistas nacionais e internacionais. Em 2020, o petista chegou a publicar um artigo no prestigiado jornal britânico The Guardian intitulado “A extradição de Julian Assange sabotaria a liberdade de expressão” — no ano seguinte, ele se reuniu com o pai do fundador do WikiLeaks, John Shipton, na França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pai de Julian Assange, John Shipton, durante encontro ocorrido na França em 2021
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pai de Julian Assange, John Shipton, durante encontro ocorrido na França em 2021 (Ricardo Stuckert/Divulgação)
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Quatorze anos de fuga

Julian Assange está detido desde 2019 em uma prisão de segurança máxima em Londres, enquanto aguarda a decisão da Justiça britânica sobre extraditá-lo ou não aos EUA, onde o jornalista enfrenta dezessete acusações de espionagem pelo vazamento de informações sigilosas das Forças Armadas americanas. O julgamento desta segunda-feira representa um novo episódio de uma caçada internacional que já dura quatorze anos.

Em 2010, o portal WikiLeaks, fundado por Assange, vazou quase 500.000 documentos do Pentágono com evidências de uma enorme lista de crimes de guerra cometidos por militares dos EUA durante as invasões ao Afeganistão e ao Iraque. Entre as milhares de acusações estão denúncias de tortura, espionagem ilegal e o notório vídeo de um helicóptero americano disparando contra civis nas ruas de Bagdá — na gravação, um agente diz “light’em all up” (“queime todos”, em inglês).

O jornalista chegou a receber asilo político na embaixada do Equador em Londres, mas perdeu a proteção diplomática e foi preso pela polícia britânica por violar condições de fiança.

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