Lula: ‘Não há perdão para quem atenta contra a democracia’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 8, durante o ato Democracia Inabalada, no Congresso Nacional, que os responsáveis pelos distúrbios de inspiração golpista de 8 de janeiro devem ser “exemplarmente punidos” e descartou qualquer tipo de perdão ou de anistia.

“Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo-conduto para novos atos terroristas”, afirmou.

Ele não citou nominalmente Jair Bolsonaro, mas atribuiu a um “ex-presidente golpista” a responsabilidade pelo quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes. “O ex-presidente golpista pregou em campanha e seus seguidores tramaram nas redes sociais”, afirmou.

O papel das redes sociais também foi criticado pelo presidente. “Nossa democracia estará sob constante ameaça enquanto não formos firmes na regulação das redes sociais”, disse. E completou: “As mentiras, a desinformação e o discurso de ódio foram combustíveis para o 8 de Janeiro”.

Lula afirmou, ainda, que se a tentativa de golpe tivesse dado certo, o país estaria “mergulhado no caos econômico e social” e que “o país estaria novamente isolado do mundo”. Também disse que, se o resultado tivesse sido outro, “autoridades poderiam ser enforcadas em praça pública”.

Elogios

Durante a fala, Lula elogiou a coragem dos parlamentares e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que “garantiu que nós estivéssemos aqui hoje celebrando a vitória da democracia sobre o autoritarismo”. Também fez elogios às polícias da Câmara e do Senado.

Democracia

Por fim, Lula disse que a democracia brasileira continua inspirando cuidados permanentes. “Salvamos a democracia, mas a democracia nunca está pronta. Precisa ser cuidada todo santo dia. A democracia é imperfeita porque somos seres humanos, portanto imperfeitos”, disse. E defendeu a melhoria de vida da população para garantir estabilidade política. “Não haverá democracia enquanto houver desigualdade. Precisamos avançar cada mais na construção de uma democracia plena”, disse.