Michelle, Zema, Eduardo… Valdemar e as opções a Bolsonaro para 2026
Presidente do PL tem conjecturado sobre nomes caso o ex-presidente não esteja nas urnas daqui a quatro anos
Vivendo nos Estados Unidos desde que deixou o Brasil, em dezembro, e sem previsão de volta ao país, o ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de ao menos seis investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem torná-lo inelegível. Diante da possibilidade de o líder da extrema direita, dono de 51 milhões de votos em 2022, ficar de fora da ainda longínqua corrida presidencial de 2026, aliados têm conjecturado quais poderiam ser as opções a ele na urna.
Um dos que mapeiam o campo mais abertamente é o presidente do partido de Bolsonaro, o PL, Valdemar Costa Neto. À parte a chance de Jair Bolsonaro ser impedido de ser candidato, Valdemar e outras figuras graúdas da sigla dizem que o ex-presidente seria melhor como eleitor do que como presidenciável em 2026. Isso porque, apoiando um candidato e não entrando ele próprio na disputa, sua imensa rejeição não seria diretamente transmitida ao eleitor.
Entre os nomes citados pelo presidente do PL como opções ao Palácio do Planalto, o balão inflado com mais frequência tem sido o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – ao contrário do marido, ela retornou dos Estados Unidos e passou a bater ponto como presidente do PL Mulher, em Brasília. Michelle foi a estrela de um jantar do PL na capital, que reuniu a cúpula partidária e as bancadas eleitas à Câmara e ao Senado. Ela também esteve no Senado durante a votação que confirmou a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sobre o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN) à Presidência da Casa. Além do Planalto, a ex-primeira-dama é cogitada a candidaturas a senadora e governadora.
Ainda no clã Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), líder da minoria na Câmara, é visto no PL como dono de perfil mais próximo ao do pai e também é citado por Valdemar Costa Neto como potencial presidenciável. A predileção do cacique pelo Zero Três, no entanto, é avaliada no partido como recado ao seu irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), em quem Valdemar vê alguma ameaça, sobretudo quando se trata de poder e controle sobre o dinheiro do PL.
O cacique do partido de Bolsonaro também olha para fora de suas fronteiras partidárias e enxerga como potenciais candidatos da direita ao Planalto os governadores dos dois maiores colégios eleitorais do país: o de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). No caso do mineiro, uma eventual migração ao PL é vista como mais viável de se buscar, diante da debilidade nacional do Partido Novo. Já Tarcísio, com quem Valdemar tinha rusgas à época em que o governador dirigiu o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no governo Dilma, rejeitou se filiar ao PL para a disputa do governo paulista em 2022 e optou pelo Republicanos. Os dois, no entanto, firmaram uma aliança no estado.