Minas Gerais é o 4º estado a decretar emergência em razão da dengue
Disparada de casos em todo o Brasil alerta autoridades; vacinação contra a doença começa em fevereiro
O governo de Minas Gerais decretou neste sábado, 27, estado de emergência em saúde pública devido à disparada de casos de dengue e chikungunya em 2024. Na última sexta-feira, 26, a Secretaria de Saúde confirmou a segunda morte por dengue no estado desde o início do ano – em janeiro, já foram registrados cerca de 11,5 mil casos de dengue e mais de 3 mil infecções por Chikungunya.
A decisão do governador Romeu Zema (NOVO) foi publicada na edição mais recente do Diário Oficial de Minas Gerais e permite que o Executivo estadual adquira insumos médicos e contrate profissionais para combater as doenças sem licitação, em caráter emergencial. Com a medida, MG se torna a quarta Unidade da Federação (UF) a decretar estado de emergência – nas últimas três semanas, a situação já foi declarada pelos governos de Goiás, Acre e Distrito Federal.
Em Brasília e demais territórios do DF, os agentes públicos de saúde estão autorizados pela Justiça a entrar em imóveis residenciais e comerciais fechados, mesmo sem permissão dos proprietários, para inspecionar e eliminar possíveis focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti. A Secretaria de Saúde informou que também pedirá apoio ao Exército para reduzir o risco de epidemia – em janeiro, o Distrito Federal já confirmou ao menos três mortes por dengue e 16,6 mil casos da doença.
Vacinação começa em fevereiro
As quatro regiões em situação de emergência estão entre os 16 estados que receberão as primeiras doses da vacina contra a dengue a partir de fevereiro, segundo anunciado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira, 25 – ao todo, 521 municípios considerados em maior risco endêmico devem oferecer a imunização gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Terão prioridade na vacinação as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária responsável por 16,4 mil hospitalizações por dengue entre janeiro de 2019 e novembro de 2023. O imunizante não foi autorizado para aplicação em idosos, grupo mais suscetível à infecção transmitida pelo Aedes aegypti.
Desde o início do ano, o Brasil vive uma explosão de infecções por dengue. Nas três primeiras semanas de janeiro, o Ministério da Saúde confirmou ao menos 12 mortes e mais de 120 mil casos da doença – no mesmo período de 2023, foram registrados 26 óbitos e cerca de 44,7 mil infecções.