Candidato à presidência pelo Podemos, Sérgio Moro tem sofrido considerável desgaste de imagem devido à polêmica provocada pelo dinheiro que embolsou na Alvarez & Marsal, mesmo grupo que cuida da recuperação de várias empreiteiras que foram à lona no curso da operação Lava Jato. Moro acusou de abuso de poder o subprocurador Lucas Furtado, ligado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu o bloqueio de bens do ex-juiz por suspeita de sonegação de impostos referente aos pagamentos que recebeu da consultoria. Depois de evitar o assunto por um bom tempo, Moro veio a público declarar que recebeu cerca de 3,7 milhões de reais da empresa durante menos de um ano de trabalhos prestados à companhia. Tanto ele quanto a A&M vêm ressaltando que as atividades de Moro eram totalmente separadas do núcleo da consultoria que lida com clientes como a Odebrecht.
A respeito de uma outra iniciativa que tem como objetivo aprofundar a investigação sobre esses ganhos, Moro preferiu permanecer em silêncio até agora. No último dia 3, o deputado federal Rui Falcão (SP), ex-presidente do PT, protocolou um pedido para que Augusto Aras acione a Receita Federal e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para saber se há, nesses órgãos, alguma apuração ou comunicação de atividades suspeitas envolvendo Moro, suas empresas ou seus familiares e quaisquer empresas do grupo Alvarez & Marsal. Aras ainda não se pronunciou sobre o caso e, Moro, prudentemente, evita o assunto, que gostaria de ver esquecido de vez na campanha ao Palácio do Planalto.