MP denuncia seis pela morte de delator do PCC em aeroporto de SP
Entre os denunciados pelo assassinato a tiros de Vinícius Gritzbach em Guarulhos em novembro passado estão três policiais militares

O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta segunda-feira, seis pessoas pela participação no assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa PCC morto a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em novembro passado. Os denunciados, entre eles três policiais, são acusados de serem os mandantes e os executores do crime. O grupo foi indiciado na semana passada pela força-tarefa que investigou o caso.
O grupo também foi denunciado pela morte de um motorista de aplicativo que estava em outro carro no momento do atentado a Gritzbach e foi atingido por bala perdida. O delator do PCC foi alvo de emboscada quando desembarcava no aeroporto e alvejado com diversos tiros de fuzil, disparados por dois homens. Toda a movimentação foi flagrada pelas câmeras de segurança do terminal.
Foram apontados como mandates do crime o traficante Emílio Gongorra, conhecido como Cigarreiro, e Diego Amaral, o Didi. Eles foram alvos de mandados de prisão, mas seguem foragidos.
Três policiais militares — o cabo Denis Antonio Martins, o soldado Ruan Silva Rodrigues e o tenente Fernando Genauro — foram apontados como executores do crime. Os dois primeiros, segundo o MP, foram os autores dos disparos, e o terceiro teria sido o motorista que os levou ao local do crime e deu fuga. Kauê Amaral teria atuado como olheiro no dia do atentado, monitorando os passos da vítima no momento do desembarque e fornecendo as informações aos executores.
Os quatro estão presos temporariamente. A pedido da força-tarefa, o Ministério Público solicitou à Justiça que as prisões sejam transformadas em preventivas, quando não há prazo estabelecido.
Ao encerrar a investigação na última sexta-feira, a força-tarefa concluiu que o crime foi motivado por vingança pela suposta participação de Gritzbach no assassinato de duas lideranças do PCC. Outras investigações em aberto, no entanto, apuram a participação de outros policiais na facilitação ao crime.
No dia em que foi assassinado, Gritzbach havia contratado uma escolta particular, composta por policiais, para garantir proteção ao desembarcar em São Paulo. A escolta, no entanto, não estava presente no momento do desembarque. Em depoimentos, policiais que faziam parte do grupo informaram que tiveram problemas mecânicos no carro quando seguiam para o aeroporto.
Quando foi morto, Gritzbach estava no meio de um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Em depoimentos, relatou não só esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, mas também atividades criminosas comandadas por policiais.