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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

MP-SP apontou ordem de Marcola para matar delegado-geral em 2019

Investigação indicou que Ruy Ferraz Fontes, assassinado nesta segunda-feira em emboscada no litoral paulista, era alvo do líder da facção criminosa PCC

Por Heitor Mazzoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 set 2025, 21h29 - Publicado em 15 set 2025, 21h53

Depois de ser transferido para o sistema prisional federal, o líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria determinado a morte de três integrantes da Polícia Civil paulista, apontou denúncia do Ministério Publico de São Paulo (MP-SP), em 2019. Um dos alvos era exatamente o ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado nesta segunda-feira, 15, a tiros de fuzil durante uma emboscada em Praia Grande, litoral de São Paulo. Em nota, a defesa de Marcola negou vínculo com crime (leia íntegra abaixo).

A ordem teria partido depois da transferência de Marcola e outros 21 integrantes da facção paulista para o cárcere federal. À época, reportagem de VEJA trouxe detalhes da investigação envolvendo a trama para matar o então delegado-geral da gestão de João Doria (à época no PSDB). Na ocasião, uma carta havia sido encontrada com um aliado de Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, com a determinação de executar Fontes em retaliação à transferência dos líderes do PCC. No fim do manuscrito, assinado pela Sintonia Geral (a cúpula da facção), ficava claro que a determinação era para valer: “Se não for concluída cada missão, a cobrança com nossos irmãos será à altura pagando com a própria vida”, diz o texto, na transcrição literal. Os Outros dois alvos seriam também da Polícia Civil paulista.

Histórico das transferências

As transferências da cúpula do PCC do interior de São Paulo para presídios federais ocorreram em uma articulação envolvendo o governo paulista e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, à época comandado por Sergio Moro (União). O hoje senador pelo Paraná também foi alvo do grupo criminoso, segundo apuração da Polícia Federal (PF). Em 2023, uma operação policial prendeu um grupo que seria responsável por sequestrar e matar o ex-juiz da Lava-Jato como retaliação pelas transferências. O bando criminoso chegou a acompanhar a rotina da família do parlamentar. A segurança ao redor do ex-magistrado foi ampliada depois de o Ministério Público paulista informar à PF sobre a movimentação criminosa.

Leia íntegra da nota enviada pelo advogado Felipe Kirchner Bello: 

A defesa de Marco Willians Herbas Camacho vem a público manifestar seu mais veemente repúdio à matéria veiculada pelo site Veja, intitulada “MP-SP apontou ordem de Marcola para matar delegado-geral em 2019”, que de forma leviana e irresponsável tenta atribuir ao custodiado qualquer participação no trágico assassinato do ex-delegado da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes. Cumpre esclarecer, de forma inequívoca, que Marco encontra-se preso desde 2019 em uma Penitenciária Federal de Segurança Máxima, submetido ao regime mais rigoroso de encarceramento previsto no ordenamento jurídico brasileiro. Nessa condição, está sob monitoramento ininterrupto e vigilância integral, 24 horas por dia.

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Nessas circunstâncias, é materialmente impossível que tenha mantido qualquer contato com o mundo exterior para participar, ordenar ou influenciar a prática de crimes. A matéria em questão, ao insinuar a existência de uma suposta carta atribuída a Marco, incorre em grave falha jornalística ao divulgar conteúdo sem comprovação de autenticidade e sem qualquer respaldo pericial. Em um Estado Democrático de Direito, acusações dessa gravidade não podem se sustentar em meras conjecturas, rumores ou documentos apócrifos sem origem identificada, sob pena de grave violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5o, inciso LVII, da Constituição Federal).

Importa registrar que, em casos como o presente, apenas a prova pericial grafotécnica poderia atestar a autoria de qualquer documento atribuído a um investigado. Portanto, a alegação publicada não passa de uma narrativa especulativa, incapaz de produzir qualquer efeito jurídico ou de sustentar a responsabilização de um cidadão.

Além disso, a insistência em relacionar o nome de Marco Willians Herbas Camacho a episódios de grande repercussão midiática, sem base fática ou probatória, serve apenas ao sensacionalismo, alimentando o estigma social de um custodiado que já se encontra há anos sob severo regime de isolamento. Tal prática não contribui para o esclarecimento da verdade, tampouco para a construção de uma imprensa livre, responsável e comprometida com a informação de qualidade. A defesa reafirma seu compromisso com a verdade e com o respeito ao devido processo legal, e alerta que matérias como esta não apenas deturpam a realidade, mas também ferem a dignidade da pessoa humana, expondo o custodiado e seus familiares a julgamentos precipitados da opinião pública.

Por fim, reiteramos que toda e qualquer tentativa de vincular Marco Willians Herbas Camacho ao homicídio do delegado Ruy Ferraz Fontes é infundada, injusta e irresponsável. O caso exige investigação séria, técnica e independente, e não deve ser reduzido a narrativas sem lastro probatório que apenas perpetuam desinformação.

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