Na disputa pela Presidência, PSTU troca ‘eterno candidato’ por operária
A sapateira Vera Lúcia substituirá em 2018 o metalúrgico Zé Maria, que se candidatou ao Planalto quatro vezes. Vice dela será o professor Hertz Dias
Diante da pulverização de candidaturas à Presidência da República neste ano, da esquerda à direita, não seria o Partido Socialista Trabalhadores Unificado (PSTU) a ficar sem um dos seus na escolha do próximo ocupante do Palácio do Planalto. Presente na disputa presidencial desde 1998, o partido de extrema esquerda lançará, neste sábado (21), em São Paulo, a pré-candidatura da operária Vera Lúcia à sucessão de Michel Temer (MDB). A chapa terá como vice Hertz Dias, professor e ativista do Movimento Hip Hop Militante “Quilombo Brasil”.
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe, a aposta do PSTU neste ano é natural do sertão pernambucano e liderou reivindicações sindicais dos operários da indústria de calçados, na qual ela atua. Vera Lúcia substituirá em 2018 o eterno presidenciável do PSTU, o metalúrgico Zé Maria, um dos fundadores da sigla, que disputou o Planalto em 1998, 2002, 2010 e 2014 e teve como melhor resultado nas urnas 0,4% dos votos, em 2002. Fora o desempenho eleitoral, outro ponto alto da biografia de Zé Maria foi ter estado preso ao lado do ex-presidente Lula em 1980, quando o petista, então um líder sindical, foi detido pela ditadura militar por organizar greves no ABC paulista.
Embora mude a cabeça de chapa do PSTU, o discurso mesozóico que lhe é característico não arredará um centímetro sequer na campanha. “Sabemos que as eleições nada mudam, pois são um jogo de cartas marcadas dos bancos, empreiteiras e grandes empresários. Para mudar de verdade, esse país precisa de uma revolução socialista que o liberte da dominação dos grandes bancos, empresas estrangeiras e os governos dos países ricos, e ponha fim ao capitalismo que só traz pobreza e miséria”, diz a pré-candidata Vera Lúcia.