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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Novo aliado de Aécio Neves, Datena já defendeu prisão do tucano na TV

"As provas de que ele recebeu propina foram todas gravadas, foram quatro malas de quinhentos paus cada uma", disse o apresentador em 2017

Por Bruno Caniato Atualizado em 14 jun 2024, 14h25 - Publicado em 14 jun 2024, 13h24
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  • “Nasce aqui hoje um projeto para liderar São Paulo, mas também para liderar um projeto nacional. Datena é o líder que o PSDB e o Brasil esperavam”, afirmou o deputado federal Aécio Neves no auditório lotado do hotel Novotel Jaraguá, no centro de São Paulo. A declaração do ex-presidente nacional do partido ocorreu na quinta-feira, 13, durante a cerimônia que lançou a pré-candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura da capital paulista.

    No entanto, o ex-presidenciável tucano se esqueceu — ou fingiu não se lembrar — das duras críticas que já recebeu do jornalista, que chegou a defender publicamente a sua prisão, em 2017, por suspeita de corrupção. “Eu acho que o Aécio devia estar preso, as provas de que ele recebeu propina foram todas gravadas, foram quatro malas de quinhentos paus cada uma”, declarou Datena, ao vivo, durante o programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes. “Se o Aécio for preso, eu venho de cueca amanhã”, acrescentou o apresentador.

    Na época, o senador e ex-governador mineiro era investigado pela Polícia Federal por receber propina da JBS, gigante brasileira do setor de carnes. O dono da JBS, Joesley Batista, entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a gravação em áudio de um encontro com Aécio Neves, ocorrido em março daquele ano, pedindo 2 milhões de reais para custear sua defesa das acusações no âmbito da Operação Lava-Jato.

    O esquema de suborno envolveria, ainda, a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio; o ex-coordenador de campanha e primo de Aécio Frederico Pacheco; e o tucano Zezé Perrella, então colega de Aécio no Senado. Em 2022, a Justiça absolveu o ex-presidente nacional do PSDB das acusações de corrupção.

    Datena será mesmo candidato?

    A grande questão em torno de Datena é que, mesmo com o lançamento da sua pré-candidatura, há muita desconfiança sobre se ele fará ou não a sua estreia eleitoral — ele já aventou várias outras vezes a possibilidade (inclusive para a Presidência da República) e nunca a levou adiante. A data-limite para a definição será o dia 30 de junho, prazo final para apresentadores de programas de TV se desincompatibilizem de seus programas. Datena comanda o jornalístico Brasil Urgente, na Band, um dos principais programas da grade da emissora.

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    Como fica a disputa com Datena

    A entrada de Datena na disputa pode ter o efeito de embolar um pouco o cenário em São Paulo neste período pré-eleitoral. Segundo levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 24 e 28 de maio, Datena teria 12,1% das intenções de voto e ficaria numericamente em terceiro lugar, empatado tecnicamente com Tabata Amaral PSB), que teria 9,1% — a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos.

    Nesse cenário, os líderes ainda seriam o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 28,1%, e o deputado Gulherme Boulos (PSOL), com 24,2%, ambos empatados tecnicamente. Num terceiro bloco, viriam Pablo Marçal (PRTB), com 5,1%; Kim Kataguiri (União), com 3,4%; e Marina Helena (Novo), com 3,2%.

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