Novo boletim médico aponta ‘piora clínica’ de Bolsonaro
Hospital cita ainda 'elevação da pressão arterial' e diz que novos exames serão realizados

O boletim de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgado nesta quinta-feira, 24, pela sua equipe médica diz que ele teve “piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos”. Segundo os médicos, novos exames serão realizados ainda nesta quinta para reavaliar o quadro de saúde do ex-presidente. Ainda não há previsão de quando ele deve deixar a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Bolsonaro continua submetido à alimentação intravenosa e fazendo “fisioterapia motora”, assim como “medidas de prevenção de trombose venosa”. Segundo o boletim (leia a íntegra abaixo), ele também não pode receber visitas.
A piora do ex-presidente acontece um dia depois de ele ser citado por uma oficial de Justiça, a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), para apresentar sua próxima defesa na ação criminal em que é acusado de tentar dar um golpe de Estado para permanecer no poder após ser derrotado nas urnas em 2022.
Até então, Bolsonaro vinha apresentando melhora clínica e respondendo bem aos tratamentos pós-operatórios. De dentro do hospital, ele estava dando entrevistas, inclusive a emissoras de TV.
A abordagem da oficial de Justiça foi registrada e divulgada pelo próprio ex-presidente nas suas redes sociais. Nas imagens, é possível ver que ele a questiona. “A senhora tem ciência que a senhora está dentro de uma sala de UTI do hospital? O ministro Alexandre de Moraes deu a missão para a senhora vir ao hospital e tomar a minha assinatura. É isso mesmo?”, disse Bolsonaro.
Segundo a explicação dada pela servidora no vídeo, o mandado de citação foi expedido dia 11 de abril, antes da internação do ex-presidente. Depois do recebimento da denúncia, que colocou Bolsonaro e seus aliados no banco dos réus, o caso estava parado aguardando a citação dele e dos demais acusados.
No dia em que começava uma caravana pelo Nordeste, a Rota 22, Bolsonaro teve fortes dores abdominais e precisou ser internado às pressas. Ele passou por uma cirurgia complexa, que durou cerca de doze horas, para retirar uma aderência e reconstruir parte do intestino. O quadro é uma consequência da facada que o ex-presidente levou na campanha presidencial de 2018. É a sétima cirurgia que ele fez em decorrência do episódio.